Mercado

Boa notícia para os Fundos de Tijolo

Fundos de Tijolo

Com o crescente movimento de volta ao trabalho presencial, o valor dos aluguéis comerciais registrou em abril a maior alta desde 2013, segundo o índice FipeZap+. O reaquecimento desse mercado é uma boa notícia para os fundos imobiliários (FII) de tijolo – aqueles que investem na compra de imóveis –, que vinham sofrendo com as altas vacâncias dos últimos anos.

Para Danilo Igliori, vice-presidente e economista chefe da DataZAP+, a perspectiva para o setor é positiva. “No médio prazo, existe uma tendência de recuperação nos segmentos de imóveis corporativos, mas os fatores de atração para os empreendimentos deverão refletir as mudanças nos mercados de trabalho”, afirma.

No entanto, para o especialista, ainda é um momento incerto. “Além da evolução do contexto pós-pandêmico, o momento é de muitas incertezas, globais e locais, sobre as dinâmicas de inflação e juros. Vale lembrar, entretanto, que o mercado de imóveis corporativos é bastante segmentado e, portanto, oportunidades de rentabilidade e maior demanda por espaço devem permanecer”, complementa Igliori.

Fernando Didziakas, sócio da Buildings, empresa de pesquisa imobiliária, avalia que o setor só deve avançar nos próximos meses. “Quando avaliamos o volume de devoluções de imóveis entre 2020 e 2021 e o fato de que agora as novas locações e expansões já superam as devoluções nos últimos trimestres, é possível dizer que o pior já passou.” Apesar de o preço do aluguel não ser o único fator a avaliar na hora de investir em um fundo imobiliário de tijolo, ele afeta o desempenho dos ativos, que não trouxeram grandes retornos no último ano, mas agora podem voltar a ser uma opção para os investidores.

Para especialistas ouvidos pela Forbes, as cotas dos fundos de tijolos têm sido negociadas a valores descontados. “Hoje, quando olhamos o preço das cotas e comparamos com o valor real dos imóveis, podemos perceber que elas estão bem abaixo do valor de mercado e do custo de reposição, o que pode representar um bom ponto de entrada”, diz Daniel Viana, do Inter Asset.

Para Marcelo Potenza, analista de fundos imobiliários do Itaú BBA, o investidor pode fazer um bom negócio se adquirir as cotas com o objetivo de vendê-las no futuro a um preço mais alto. “Os FIIs de tijolo, principalmente os de lajes corporativas, se apresentam como oportunidades de ganho de capital, visto que o yield médio desses fundos ainda não está tão atrativo se comparado, por exemplo, com o atual patamar da taxa Selic”, diz ele.

Ele alerta que é preciso escolher fundos que apostem em imóveis de qualidade e bem localizados. “Se considerarmos os principais mercados para as lajes corporativas, que são São Paulo e Rio de Janeiro, há um potencial de aumento nos aluguéis e repasse de indexadores de contrato nas regiões premium do mercado paulistano, como Itaim Bibi, Faria Lima, Vila Olímpia e JK, e na Zona Sul do Rio de Janeiro, localidades que já registram baixas taxas de vacância e pouca oferta de grandes metragens”, diz Potenza.

Em sua visão, o restante das regiões ainda precisa passar por um processo de queda de vacância antes que os aluguéis comecem a subir.

Vale ficar atento aos movimentos do mercado!

Fonte: Forbes

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.