No dia 16 de maio de 2024, o Instituto Europeu de Design (IED), em São Paulo, foi palco do evento “Conexões: Caminhos para a Industrialização”, patrocinado pela SteelCorp. O encontro, promovido pelo C3 – O Clube da Construção Civil, reuniu importantes figuras do setor construtivo para discutir os desafios e as oportunidades da industrialização na construção civil.
A abertura oficial foi feita pelo Presidente Rodolfo Zagallo falando sobre as principais ações e objetivos do clube, sendo estes, gerar relacionamentos promovendo integração e negócios diferenciados entre os players do mercado construtivo.
A palavra foi então passada ao mediador do encontro, o Engenheiro e CEO da Aratau, Paulo Oliveira, que fez uma breve introdução ao macrotema do evento. Em sua fala, Paulo apresentou a chamada “Jornada da Industrialização”, registrando alguns números do setor construtivo nacional em um comparativo entre a construção tradicional e a construção industrializada.
O CEO da Aratau concluiu seu discurso falando sobre algumas das principais iniciativas pró-construção industrializada no país, como o Programa Construa Brasil, do Governo Federal; o ABC Modular, idealizado pelo Centro de Inovação em Construção Sustentável da USP; e o Brasil Viável, idealizado e promovido pelo C3 – O Clube da Construção Civil.
Aprofundando seu discurso, José Carlos comentou sobre a importância da inovação no setor apresentando um pouco da trajetória do projeto Construção 2030, lançado em 2018 pela CBIC em parceria com o SENAI. O programa tem como principal objetivo promover a Construção 4.0 no Brasil através da difusão do uso de sistemas industrializados e tecnologias industrializadas pelas empresas do setor.
Por meio de números estatísticos do cenário construtivo brasileiro, o palestrante respaldou a sua visão sobre a urgente necessidade de se investir em sistemas construtivos mais eficientes frente às perdas elevadas de produtividade e o apagão de mão de obra no setor resultando em uma queda de quase 50% na participação no PIB nacional e na perda de 320 mil empregados.
Segundo José Carlos, a falta e descontinuidade de políticas de incentivo, juntamente com o excesso de burocracia, são alguns dos principais desafios a serem vencidos hoje no país.
Ceotto abriu seu discurso pontuando a importância histórica da industrialização como um fator que surgiu para democratizar o acesso a produtos e melhorar a qualidade de vida das pessoas. Trazendo para o âmbito da construção, faz-se necessário a adoção medidas que possibilitem a popularização e barateamento de sistemas construtivos industrializados em nosso país.
A burocracia e o chamado “Custo Brasil” foram novamente trazidos à tona neste painel. Somados à escassez de linhas de créditos específicas e à falta de incentivo por parte do Governo, Luiz Henrique definiu os mesmos como Fatores Externos que dificultam a expansão da industrialização no setor construtivo.
Paralelamente aos pontos apresentados, o painelista listou outra classificação de desafios denominada Fatores Internos, na qual enquadrou os problemas relacionados à falta de organização da cadeia produtiva e à mentalidade retrógrada do setor.
O sócio fundador da URBIC afirma que tais circunstâncias ocasionam diversas consequências como o descaso com a padronização de processos, a falta de compromisso de fornecedores e a desatualização de profissionais e de currículos formativos.
Segundo Ceotto, ampliar o diálogo entre os players e agentes públicos e privados do setor é a forma mais assertiva de solucionar os desafios de forma abrangente e pavimentar o caminho para a industrialização na construção brasileira.
Trazendo o enfoque para as novas dinâmicas de trabalho, o executivo reafirmou por meio de dados a atual escassez e envelhecimento dos trabalhadores da construção civil. Ibañez ressaltou em sua fala o potencial que os novos sistemas construtivos industrializados possuem de atrair para o setor uma mão de obra mais jovem que busca por atividades menos desgastantes fisicamente.
Para o diretor de suprimentos da Tegra, o foco em inovação promoverá maior eficiência e produtividade no setor, elementos indispensáveis para retomar o crescimento neste.
Prosseguindo em seu painel, Gispert contextualizou o surgimento e expansão do Grupo SteelCorp. O Grupo, que nasceu com o objetivo de revolucionar e popularizar o steel frame no Brasil, vem desenvolvendo um ecossistema 360° neste segmento, possuindo já duas unidades fabris de peças e painéis, e uma plataforma de financiamento própria disponibilizando linhas especiais de créditos para clientes e fornecedores.
Segundo Daniel, a disponibilidade de profissionais aptos é um elemento imprescindível para o sucesso da construção industrializada, por isso, a construtech também investiu no lançamento de uma plataforma de capacitação no sistema steel frame: a SteelAcademy.
Apresentando cases de sucesso nos mais variados segmentos imobiliários, Daniel demonstrou a versatilidade, agilidade e escalabilidade que o referido sistema construtivo possui. O emprego de ferramentas e conceitos inovadores na gestão – como BIM, Lean Construction e Target Costing – possibilita processos mais eficientes da concepção à entrega do empreendimento.
Sendo uma gestora especializada em fundos CVC’s, a Valetec Capital apresenta em sua carteira fundos bem sucedidos voltados especificamente para startups do setor construtivo. Peter trouxe como primeiro exemplo o fundo DX Ventures da Dexco, que investiu no segmento da construção modular através do Brasil ao Cubo. A empresa traz em seu portfólio diversos cases de sucesso, dentre eles alguns executados em tempo recorde durante a pandemia.
Já em sua segunda ilustração, o CEO da Valetec apresentou o case de investimento do Grupo ArcellorMittal (Açolab Ventures) na, também empresa de construção modular, Modularis. A construtora, que atua a mais de 10 anos no segmento modular, possui uma carteira de mais de 200 clientes com mais de 100 mil m² construídos.
Após esse momento, o mediador Paulo Oliveira fez as suas considerações finais sobre as grandes proporções e o sucesso que o evento registrou, parabenizando a todos os palestrantes e passando a palavra ao presidente Rodolfo Zagallo que deu o encontro por encerrado.
O C3 – O Clube da Construção Civil agradece a todos os participantes do evento, e em especial aos palestrantes e empresas apoiadores que possibilitaram a realização deste importante evento técnico em defesa e promoção da construção industrializada.
Assista abaixo todos os painéis do evento na íntegra.
