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Produtos para alta renda

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A queda de lançamentos no programa Casa Verde e Amarela e a alta de juros, que dificulta o crédito para consumidores de baixa renda, vem trazendo o foco dos projetos das construtoras em desenvolver produtos para os segmentos de média, alta e altíssima renda.

Para isso parcerias e aquisições no mercado estão cada vez mais comuns, e com o ambiente político polarizado como estamos vivendo, é o caminho ideal principalmente para empresas que não estão listadas na bolsa.

Dentre os exemplos temos as parcerias anunciadas entre EZTec e Construtora Adolpho Lindenberg, com a criação da EZCAL e a Gafisa que presentou recentemente proposta para aquisição da Bait, no Rio, e assinou um memorando para a aquisição da São José, incorporadora de luxo de São Paulo e está no aguardo de aprovação do CADE.

Todo este movimento é resultado da falta de perspectivas de melhora na economia e a forte polarização na cena eleitoral tem tornado o ambiente impraticável para lançamentos na ponta menor da baixa renda.

Entre 2020 e 2021, em meio a pandemia com estandes fechados, Mitre Realty, que atua na média e alta renda, e Riva, subsidiária da Direcional para o segmento de média renda, já detectavam essa oportunidade ao fecharem parcerias com a incorporadora Lucio, dona de projetos de altíssima renda na capital paulista – tanto no residencial quanto comercial.

Lucio Junior, presidente da incorporadora, conta que no momento todos os projetos da companhia apresentam desempenho dentro do esperado e de acordo com a estratégia traçada. “Temos um lançamento previsto para este ano com ticket de R$ 25 milhões no Itaim em parceria com a Bolsa de Imóveis.

 A estratégia varia muito. Em especial, no de altíssima renda teve um empreendimento com preço médio de quase R$ 50 mil o metro quadrado que esperamos ficar pronto para iniciar a estratégia de venda e deu muito certo. Isso está muito ligado ao perfil do cliente, mais exigente e que não depende de financiamento”, revela o executivo.

Na parceria com a Riva, o executivo lembra que se tratam de imóveis com valores que vão de R$ 300 mil a R$ 700 mil. “São oito projetos em desenvolvimento, sendo que três já foram anunciados e outros cinco devem ser lançados ainda em 2022”. Esses projetos representam um VGV de R$ 1,1 bilhão, com a entrega de 3.500 unidades.

No acordo com a Mitre, firmado no ano passado, os lançamentos estão posicionados um degrau acima dessa categoria, diz o executivo, com unidades de valores acima de R$ 700 mil. “A previsão é de lançar um empreendimento no segmento de média alta ainda no segundo semestre (o primeiro dessa parceria), no Brooklin. Com VGV de R$ 180 milhões, a demora no primeiro lançamento é atribuída aos procedimentos de aprovação do projeto, observa Rodrigo Cagali, diretor financeiro da Mitre.

Para Luiz França, presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), a estratégia é perfeita para limitar perdas. Ele lembra que o Brasil ainda possui um dos valores de metro quadrado mais baixos do mundo.

De acordo com sondagem divulgada nesta semana pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a construção civil registrou o melhor nível de atividade e emprego do quadrimestre desde 2012.

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