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Mercado de máquinas de construção projeta um aumento de 50% nas vendas

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Mercado de máquinas de construção

Em 2019, setor registrou mais 37% de elevação na comercialização dos equipamentos

Antes da produção recorde na safra 2018/2019, de 242,1 milhões de toneladas de grãos, o mercado de máquinas encerrou o ano passado com uma queda de 8,4%, com 43,7 mil unidades entregues ante 47,7 mil negociadas em 2018. O único segmento automotivo a apurar declínio.

A retração se mostrou ainda mais intensa em relação ao volume que era esperado pela Anfavea para o exercício de 2019, por volta de 46 mil unidades.

Depois de enfrentar uma crise econômica entre os anos de 2014 a 2017 (registrando queda livre de 30 mil máquinas comercializadas em 2013 para somente 8 mil em 2017), o setor de máquinas de construção vem aumentando gradativamente suas vendas no mercado brasileiro e, já em 2018, viu seu crescimento de mercado apontar um número de quase 100% de aumento nas vendas em relação ao ano anterior.

O setor é conhecido por suas máquinas de movimentação de terra, a chamada “linha amarela” (nome que deriva da cor dos equipamentos). No auge do mercado nacional, em meados de 2010, inúmeras marcas desembarcaram no Brasil atraídas pelo grande volume de obras ao redor do país, impulsionadas principalmente pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Ao longo dos últimos anos, porém, as vendas desaceleraram e o setor enfrentou tempos difíceis. Foi neste cenário que as empresas se reinventaram, adequando o portfólio com produtos mais versáteis, que atendessem não só a construção, mas também o agronegócio e a mineração, que se beneficiam do dólar alto e, consequentemente, das exportações.

Pastoriza esteve recentemente na comitiva de empresários dos setores petroquímico, farmacêutico, siderúrgica, agropecuário e de indústria que em junho encontraram a presidente da Brasil Dilma Rousseff nos EUA, para discutir sobre novas estratégias comerciais para os produtos brasileiros em território norte-americano. Ele também acompanhou de perto as negociações entre indústrias, governo federal e centrais de trabalhadores acerca do Programa de Proteção ao Emprego (PPE), que prevê redução de até 30% na jornada de trabalho com redução proporcional de salários onde o governo se propõe a pagar metade da redução salarial com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

A maior parte das máquinas comercializadas no setor é utilizada na movimentação de terra – a chamada linha amarela (por isso a cor delas). Uma escavadeira, por exemplo, custa em média 400 mil reais. E em um país cujo déficit de moradia e infraestrutura é enorme, importantes players globais disputam esse valioso mercado: a norte-americana Caterpillar, as italianas Case e New Holland, a sul-coreana Hyundai Heavy Industries, entre outras.

De acordo com o estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção, da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), divulgado nesta quinta-feira, 28, as vendas de linha amarela devem encerrar o ano com um avanço de 31%, para 16,6 mil unidades.

No evento Pastoriza elencou alguns dos motivos que fazem o produto nacional perder a competitividade frente aos estrangeiros. “Brasil perdeu a produtividade com a queda da indústria de transformação no PIB. Mas o que mais nos fez cair foi o custo Brasil. Hoje custa 25,2% mais caro produzir no Brasil do que na Alemanha ou do que nos Estados Unidos e isso tudo por conta dos insumos. Quem compra matéria prima pra transformar já começa comprando mais caro, além disso já temos os juros mais caros dos mundo”, avaliou. O chamado “tripé do mal”, que são os juros, câmbio e tributos são para o palestrante algo que deve ser enfrentado e resolvido por empresários e governantes brasileiros de forma conjunta para alavancar o setor produtivo.

Outro segmento bastante significativo para o setor de máquinas de construção, segundo Thomás Spana, é o agronegócio, que em 2019 foi responsável por cerca de 28% nas vendas desses equipamentos do total de máquinas comercializadas em todo país. Um setor que hoje está cada vez mais precisando dessas máquinas, para auxiliar os agricultores nas suas propriedades rurais.

Em 2019, com a economia apresentando maior estabilidade e novos investimentos, principalmente em pequenas obras de infraestrutura, o setor cravou mais 37% de elevação na comercialização desses equipamentos em comparação a 2018, encerrando o ano com o número de 18.500 unidades comercializadas no país.

Segundo especialistas, para 2020, a projeção é de um aumento que pode chegar até 20% nas vendas de máquinas de construção em relação aos números de 2019.

Outro segmento bastante significativo para o setor de máquinas de construção é o agronegócio, que em 2019 foi responsável por cerca de 28% nas vendas desses equipamentos do total de máquinas comercializadas em todo país.

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