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Custo dos insumos estabilizam, mas seguem elevados

O setor de construção civil vem registrando certa estabilidade no custo dos insumos

O setor de construção civil vem registrando certa estabilidade no custo dos insumos desde 2023, após alta de quase 60% nos últimos quatro anos, segundo pesquisa da FGV-SP, divulgada esta semana. 

O assunto foi debatido em mais detalhes no painel “O cenário atual do preço dos insumos da construção” realizado no primeiro dia do 98º Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC).

Apesar da estagnação atual, os especialistas afirmam que os preços ainda estão em um patamar elevado. “Desde meados de 2022, percebemos uma maior estabilidade nas altas dos insumos, mas isso não significou queda de preços, que não voltaram para os valores anteriores à pandemia”, ressaltou a economista-chefe do Comitê de Economia da CBIC, Ieda Vasconcelos.

O concreto estrutural, argamassas e colantes foram apontados como exceção entre os custos que se estabilizaram. Já o aço longo vem registrando queda sensível nos preços.

David Fratel, membro do comitê de Tecnologia e Qualidade do SindusCon-SP, ressaltou que o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) vem sendo muito impactado pelo preço internacional das commodities. Segundo Fratel, no período da pandemia, o cobre passou de 4 mil dólares para 11 mil a tonelada.

“Esse aumento afetou diretamente o setor. Isso aconteceu também com o alumínio […] interessante que com o aço o preço vem caindo de forma surpreendente. Foi o único material que ficou abaixo em relação ao período da pandemia”. 

Em sua participação no debate, o presidente da Cooperativa da Construção Civil de Santa Catarina (Coopercon-SC), José Sylvio Ghisi, destacou a importância das cooperativas como estratégia para a importação de matérias-primas, a exemplo do aço. “A importação traz garantias de preço e previsibilidade”.

Ghisi comentou, também, sobre o aumento do custo do cimento no Brasil devido ao número reduzido dos fabricantes no país. 

Atuando como moderador do painel, o presidente do Comitê de Economia da CBIC, Renato Michel, finalizou a palestra destacando a complexidade da cadeia produtiva da construção civil: “É um setor de ciclo longo. Na área imobiliária, por exemplo, entre a aquisição do terreno e a entrega do imóvel pode levar de quatro a cinco anos. É preciso ter um pouco de previsibilidade, já que o nosso setor envolve um alto risco”.

Fonte: Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC)

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