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Autoconstrução impulsiona venda de cimento em junho

Autoconstrução

Vendas do produto tiveram alta de 24,2% no mês passado, destinadas principalmente para obras de reformas residenciais e comerciais e de novos edifícios(autoconstrução).

Depois de quatro anos de profunda depressão no consumo de cimento no país, e um 2019 morno, a indústria cimenteira já se preparava para mais um ano de crise, e desempenho no vermelho, com a chegada da pandemia da covid-19.

Surpreendentemente, em maio, as vendas do insumo reagiram bem. O que trouxe grande alívio ao setor foi, em grande parte, foi a autoconstrução – compra de material para reformas e ampliações de residências.

O fenômeno, como foi chamado, reviveu algo comum nos anos 80 e que durou até fim dos 90. Uma fatia expressiva do orçamento familiar, na faixa de 4,5%, era usada em gastos com reforma do lar. Baixou para menos de 1%.

Assim, as vendas de cimento em junho tiveram aumento de 24,2% ante o volume do mesmo mês de 2019. Foram comercializadas 5,2 milhões de toneladas, segundo os números divulgados ontem pelo Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC).

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Crédito: Divulgação

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“A covid-19 provocou uma série de mudanças nas nossas vidas, nos nossos hábitos e nas nossas prioridades.

Para a indústria do cimento, a crise mostrou que o cuidado com a casa e o uso de reservas pessoais e investimentos para pequenas reformas, tão populares na década de 80, voltaram a fazer parte do orçamento familiar”, disse o presidente do SNIC, Paulo Camillo Penna.

Com a pandemia, afirma, as pessoas deixaram de viajar, de ter gastos com lazer, roupas, restaurantes e outros, além de terem caído a remuneração das aplicações de investimentos. Isso levou muita gente a reformar seus lares e até a comprar novos imóveis.

Além da autoconstrução – residencial e comercial -, houve a retomada das obras dos empreendimentos imobiliários.

Segundo o SNIC, nas pesquisas feitas no setor da construção, há registros de aumento de trabalhadores nos canteiros de obras. Um terceiro fator que ajudou foi a queda nas taxas de juros e da inflação.

“As reformas de imóveis seguem em ritmo chinês há mais de dois meses”, diz o executivo, citando que isso é demonstrado por indicadores de vendas de lojas de materiais de construção. Há nove semanas, informou, as vendas de materiais seguem em alta. Na última, de junho, subiu 28%.

Isso é fruto do aumento do tempo de permanência das pessoas nos lares, diz Penna. Elas viram necessidade de se fazer pequenas melhorias nas casas. “A residência deixou de ser apenas um lar para se transformar também num local de trabalho e lazer”.

Autoconstrução e obras imobiliárias respondem atualmente por cerca de 80% do consumo de cimento no país. Juntas, impulsionaram as vendas no mercado interno, principalmente a partir de maio. Construção industrial e obras de infraestrutura – está última com modestos 8%) ficaram com os 20%. Além de residências, ocorreram também muitas reformas e manutenção em estabelecimentos comerciais, executadas durante a paralisação forçada.

O semestre fechou com venda de 26,9 milhões de toneladas, o que resultou em alta de 3,6% sobre mesmo período de 2019. As vendas por dia útil em junho tiveram aumento de 7,7% sobre maio, com 228 mil toneladas, e de 16,1% na comparação com junho de 2019.

Fonte: Valor Empresas

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