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Mercado imobiliário passará por transformação, diz CEO da Remax

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Mudanças vão afetar os segmentos residencial e comercial. No entendimento do empresário, Peixoto Accyoli, presidente da franqueadora imobiliária, Remax Brasil, o mercado imobiliário passará por muitas mudanças após a pandemia de covid-19.

Se por um lado, o sistema de trabalho em  “home office”, adotado em várias atividades da economia durante a quarentena, já resulta no questionamento da necessidade de ocupação da quantidade atual de áreas de escritórios por empresas, por outro, o fato de muita gente estar trabalhando de casa tem apontado, segundo o executivo, que as moradias precisam oferecer mais infraestrutura e mais privacidade.

“O mercado imobiliário passará por uma transformação gigante, nunca vista. Hoje, me pergunto se faz sentido alugar 800 metros quadrados na rua Estados Unidos, região nobre dos Jardins, em São Paulo, para ter minha sede. Isso faz sentido, do ponto de vista do negócio, na nova sociedade?”, diz Accyoli.

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Sede da empresa, bairro Jd. América, cidade de São Paulo. Créditos: Divulgação.

O executivo questiona se, após a experiência coletiva de “home office”, a descentralização das atividades, em estruturas físicas menores, não seria a melhor opção para evitar que colaboradores levem entre uma hora e uma hora e meia para chegar ao trabalho. “O desejo de estar no burburinho pode ser menor”, diz.

Ele também conta que está revendo sua própria decisão de onde morar. Accyoli vivia com a esposa em um condomínio residencial na Aldeia da Serra, em Barueri. Cansada do trânsito, a família se mudou para local próximo à sede da rede de franquias. Agora, trabalhando de casa e vislumbrando a possibilidade de, após o fim da pandemia, a adotar o “home office” duas ou três vezes por semana, a qualidade de vida oferecida pela Aldeia da Serra se tornou bastante atrativa outra vez para o executivo.

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Home office: o que era resistência, virou alternativa. Créditos: Divulgação.

“Mais gente vai considerar trabalhar de casa depois do período de isolamento”, afirma Accyoli.

Segundo ele, na definição da planta das unidades, será necessário considerar que um casal poderá trabalhar mais da metade do tempo em casa.

Em meio a essas reflexões, Accyoli vem adotando medidas que se fazem necessárias no novo cenário. “Orientamos que os franqueados analisem a necessidade de reprecificação dos imóveis. Se o proprietário tem urgência de vender o imóvel, vai precisar mexer no preço”, diz o presidente da empresa.

Na segunda quinzena de março e na primeira quinzena de abril, o ritmo de comercialização de unidades da rede de franquias se manteve conforme o planejado e com crescimento na comparação anual. “Boa parte dos imóveis já tinham sido visitados”, conta o executivo. Foi possível cumprir também a meta de aumento do número de franqueados. Em 16 de março, a rede de franquias fechou seu escritório e criou um comitê de crise. “Mudamos a forma de nos comunicar com o mercado”, diz. Os colaboradores optaram por redução de salários. Não houve demissões. Segundo Accyoli, a empresa tornou disponível para todos os franqueados a ferramenta Zoom PRO para conversarem com os clientes.

De acordo com o executivo, o período de janeiro a março foi o melhor trimestre em faturamento já registrado pela Remax. O Valor Geral de Vendas (VGV) comercializado cresceu 56%, para R$ 659,69 milhões. Considerando-se apenas as mesmas lojas, a expansão foi de 28%.

O número de franquias da empresa em operação teve crescimento de 64%, e o de agentes imobiliários e corretores em treinamento aumentou 86%, para 4.514 pessoas.

Fonte: Site Valor Econômico

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