Mudanças simples na luz podem transformar armários, painéis e outras superfícies verticais.
Quem tem móveis ou ambientes com presença marcante de madeira em casa ou no escritório pode não estar aproveitando todo o potencial que esses elementos podem oferecer à decoração. E a resposta pode estar em uma solução simples, que permite mudanças rápidas e baratas: a luz.
“A luz pode interferir no uso dos espaços, destacar elementos específicos ou texturas, direcionar o comportamento das pessoas transmitindo sentimentos ou emoções, e ainda proporcionar identidade ao ambiente”, afirma a arquiteta especialista em iluminação Juliana Pascoalini, do Gris Lighting, idealizadora do curso Viver de Iluminação, voltado a profissionais da arquitetura.
Para a especialista, a versatilidade da madeira faz com que ela nunca saia de moda. “Em suas mais variadas formas e acabamentos, a madeira se encaixa em praticamente qualquer estilo de projeto, desde o mais rústico até o mais sofisticado. Quando se trata de criar uma atmosfera acolhedora, poucos materiais são tão bons quanto a madeira”, diz.
O especialista em tratamento de madeira Silvio Lima, gerente da área na Montana Química, concorda. “É um material de fácil composição e tem excelentes características técnicas, como isolamento térmico e acústico, grande resistência e longa durabilidade. Se devidamente tratada, a madeira é extremamente resistente ao fogo e não apodrece.”
Veja a seguir sete dicas para destacar superfícies de madeira verticais em sua casa:
1) Pense no ambiente
Créditos: 2 PRÓ Comunicação.
Um dos principais erros ao se projetar ou pensar a iluminação é não levar em conta as diferentes ocupações e atividades que podem ocorrer no ambiente. Portanto, o primeiro passo deve ser a análise do local, o espaço, seus usos e áreas ou superfícies de destaque. É uma sala de estar, com muito movimento? É um ambiente de leitura, mais particular?
2) Temperatura da cor
Créditos: 2 PRÓ Comunicação.
Tonalidades mais quentes de luz são mais aconchegantes, por isso seu uso é indicado para ambientes onde se quer reproduzir uma sensação mais sociável, intimista e confortável, como em dormitórios, salas e salas de jantar e, na área comercial em restaurantes, hotéis e spas.
A norma brasileira de iluminação para ambientes internos indica que as temperaturas de cor quentes são as que estão abaixo de 3300 K, as neutras entre 3300 K e 5300 K e as frias acima de 5300 K. A escolha da temperatura de cor é uma questão psicológica, estética e depende de vários fatores, porém, de uma maneira geral, temperaturas de cor mais frias podem gerar uma atmosfera mais inquietante e de atenção. A tonalidade neutra é interessante para escritórios, cozinhas e lavanderias residenciais.
3) Fuja da luz RGB
Créditos: 2 PRÓ Comunicação.
Quando o assunto é madeira, Juliana aconselha fugir da luz RGB (colorida e dinâmica). “Este tipo de iluminação é mais adequado para superfícies muito claras ou brancas, já que a luz tinge toda a superfície. Ao direcionar luz RGB para a madeira ocorrerá total distorção da cor da peça, e as cores da luz também não ficarão tão saturadas por conta da própria tonalidade da madeira. Sendo assim, nem a madeira nem a luz ficarão bonitas.”
4) De baixo para cima
Créditos: 2 PRÓ Comunicação.
“Elementos verticais, como painéis de madeira, podem ganhar destaque com a iluminação de baixo para cima, por meio do uso de luminárias embutidas no piso. Este tipo de iluminação costuma conferir sensação psicológica de leveza e crescimento, pois eleva o olhar”, afirma Juliana.
5) De cima para baixo
Créditos: 2 PRÓ Comunicação.
Outra forma é iluminar de cima para baixo, com o uso de equipamentos instalados no forro ou na laje. “Frequentemente esse tipo de instalação é realizado com luminárias de foco, criando desenho de fachos na superfície do painel em um certo ritmo, definido pela distância entre as luminárias. Por outro lado, também é possível utilizar um sistema de iluminação linear, que irá criar um efeito contínuo e homogêneo”, diz.
6) Você sabe o que é IRC?
Créditos: 2 PRÓ Comunicação.
Ao escolher a iluminação de um ambiente, é importantíssimo ficar atento ao IRC da fonte de luz. IRC é o Índice de Reprodução de Cores e classifica o quão fielmente aquela fonte de luz reproduz as cores dos objetos iluminados.
O valor máximo de IRC é 100, e quanto maior, melhor, afirma a arquiteta Juliana Pascoalini. “O IRC afeta o desempenho visual e o bem-estar, por isso é importante que as cores sejam reproduzidas corretamente. A norma brasileira não recomenda o uso de fontes de luz com IRC menor do que 80 em ambientes internos. Luminárias e lâmpadas com IRC entre 80 e 90 têm custo competitivo e são aceitáveis para a maioria das aplicações de uso residencial e comercial, reproduzindo bem a tonalidade dos diversos tipos de madeira.”
7) Pense no conjunto e em conjunto
Créditos: 2 PRÓ Comunicação.
“A verdade é que todos os elementos devem ser pensados em conjunto para que possam produzir a atmosfera desejada e criar ambientes encantadores”, conclui Juliana. E para pensar no conjunto da melhor forma, otimizando custo e benefício, a recomendação é sempre estar em conjunto com um especialista na área.