Na semana passada o Banco Central anunciou a maior alta da SELIC em 19 anos. Ao subir a taxa básica de juros de 6,25% para 7,75% e com previsão de chegar à 9,25% no final do ano, o governo deixa grande parte da população ainda mais distante do“sonho da casa própria” e o mercado em alerta.
A alta na prestação inicial para um financiamento imobiliário no valor de R$ 150 mil chega a 8,33%, quando comparadas as taxas dos bancos aplicadas nos contratos com linha prefixada hoje e há um ano. Segundo cálculos de economistas, em outubro de 2020, com uma taxa máxima de 8% ao ano, a prestação inicial custava R$ 1.381,77.
Agora, depois de seis altas consecutivas na taxa de juros básicos da economia e um movimento de elevação nos bancos, a mensalidade de um crédito imobiliário, com taxas reajustadas que chegam a 8,99% ao ano, atinge R$ 1.496,61.
Com o aumento no valor da prestação e famílias com orçamento mais restrito por conta da inflação, a dificuldade de contratação de uma dívida de longo prazo exigirá um nível de renda ainda maior para os compradores de imóvel. Com a curva em ascensão da taxa básica de juros da economia, os bancos fizeram ajustes e elevaram os juros cobrados no financiamento imobiliário.
As últimas correções foram feitas no mês passado. O movimento atingiu principalmente os juros dos novos contratos prefixados e atrelados a TR. Na linha pós-fixada corrigida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), há expectativa de que também haja alta para contratos antigos.
E os bancos?
O Santander e o Banco do Brasil informaram que, embora o Banco Central (BC) tenha elevado em 1,5 ponto percentual a Selic, não há previsões de novos aumentos em suas taxas, por enquanto. Já o Itaú, o Bradesco e a Caixa não informaram se vão promover novos reajustes em juros de crédito imobiliário após a última alta da Selic.
Para os que estão buscando um financiamento, os especialistas acreditam que estamos vivendo uma “janela de oportunidades” para adquirir um imóvel financiado e ainda é vantajoso ir às compras em 2021, já que a partir do ano que vem a oferta de crédito pode ficar mais restrita com o mercado prevendo uma Selic acima dos 10%.
Vamos ficar atentos!