O mercado imobiliário está vivendo uma situação no mínimo inusitada: a queda dos estoques.
As vendas de imóveis novos no primeiro semestre deste ano tiveram alta de 31,37% em relação aos seis primeiros meses do ano passado. O aumento no primeiro semestre levou também a um crescimento no valor geral de vendas, que teve alta de 57% na mesma base de comparação.
Após registrar queda de quase 60% no início do ano, os lançamentos de imóveis subiram mais de 50% no último trimestre em relação ao período anterior, segundo levantamento que a CBIC (associação da indústria da construção) divulgado na última segunda-feira.
Mas fato é que o mercado está vendendo mais do que lançando novos empreendimentos, o que pode ocasionar futuramente poucos imóveis à disposição dos clientes.
A CBIC acredita que, pelos cálculos da entidade, se a média de vendas dos últimos 12 meses se mantivesse e nenhuma nova unidade fosse lançada, a oferta levaria oito meses para se esgotar.
A oferta final —formada pelas unidades que estão disponíveis para venda, em lançamento, construção ou prontas— caiu 2,3% na mesma base de comparação.
Os empresários do ramo imobiliário continuam reclamando do alto preço dos insumos, como o cimento e o aço, que afeta o setor há mais de um ano.
Esta alta se reflete no preço dos imóveis, que descontado o INCC (Índice Nacional da Construção Civil), aumentou quase 8% nos últimos três meses.
Os lançamentos para a faixa de mercado de maior renda, capaz de absorver a pressão nos preços, seguem avançando. Mas a participação do programa Casa Verde e Amarela no total de imóveis lançados e vendidos caiu no segundo trimestre em relação ao primeiro.
No mês passado, a CBIC voltou a apostar no crescimento de 4% no PIB do setor para 2021 após baixar a projeção para 2,5% em abril.
Vamos acompanhando!
Fonte: Folha de São Paulo