Vendas cresceram 27%; expansão foi puxada pelo segmento de média e alta renda
As incorporadoras que divulgaram ontem, 21, os balanços do primeiro trimestre apresentaram melhora nos respectivos resultados líquidos e na receita líquida na comparação anual. A combinação de taxas de juros em queda, maior oferta de crédito habitacional, aumento da demanda por imóveis – principalmente na cidade de São Paulo – e, nos últimos anos, da redução dos distratos e, consequentemente, dos estoques, levou as incorporadoras de capital aberto a fazerem fortes apostas em lançamentos de projetos no ano passado.
As prévias operacionais já divulgadas apontam crescimento de 36% do Valor Geral de Vendas (VGV) apresentado ao mercado, na comparação com 2018, para R$ 22,595 bilhões. As vendas líquidas tiveram expansão de 27,2%, chegando a R$ 19,451 bilhões. Houve aumento na comercialização de lançamentos e de estoques.
No quarto trimestre, nove incorporadoras – Cyrela, Direcional Engenharia, Even Construtora e Incorporadora, EZTec, Helbor, MRV Engenharia, RNI Negócios Imobiliários, Tenda e Trisul – fizeram lançamentos de R$ 8,162 bilhões, o que representa crescimento de 21,9%. As vendas líquidas aumentaram 11,3%, para R$ 5,743 bilhões.
De janeiro a março, a Cyrela registrou lucro de R$ 48,4 milhões, impactado, positivamente por R$ 12 milhões, referente à participação de 50% na Cury e, negativamente, por R$ 16,5 milhões de contingências judiciais. A receita líquida cresceu 83,4%, para R$ 826,2 milhões, devido ao maior volume de reconhecimento de lançamentos e à alta da venda líquida de estoques. Além disso, a incorporadora gerou caixa de R$ 150 milhões.
A Even lucrou R$ 50,1 milhões. A receita da empresa aumentou em 54,2. A margem bruta cresceu de 14,1% para 27,6%. As despesas gerais e administrativas caíram 7% sendo considerado o menor patamar desde 2011. No primeiro trimestre, a empresa consumiu caixa de R$ 15 milhões. A queima de caixa deveu-se ao pagamento de R$ 40 milhões por um terreno no Rio de Janeiro.
A Tecnisa reduziu seu prejuízo líquido em 96,1%. A receita cresceu 90,1% em decorrência da diminuição dos distratos e da venda do terreno de Guarulhos. A margem bruta passou de 5,4%, no primeiro trimestre de 2018, para 35,2% de janeiro a março. As despesas gerais e administrativas caíram 6%, menor nível trimestral desde 2007. A companhia gerou caixa de R$ 73,4 milhões no trimestre.
A RNI reduziu seu prejuízo em 16%. A companhia continua na espera que em 2020 deixará de ter prejuízo e retomará a lucratividade. A receita líquida cresceu 57%, para R$ 78,9 milhões. A margem bruta da incorporadora passou de 11,3% para 13,5%. A companhia informou também margem bruta ajustada de 18,8%. A meta para o indicador é de 28% a 33%.
A Tenda elevou seu lucro em 37,2%. A receita aumentou 11,8%. A margem bruta passou de 33,8% para 34,3%. A incorporadora informou também margem bruta ajustada de 35,8%, acima dos 35,2% do primeiro trimestre de 2018 e dentro da faixa projetada de 34% a 36%. As despesas gerais e administrativas caíram 14,5%, para R$ 29,1 milhões. A companhia gerou caixa de R$ 37,9 milhões no trimestre. O retorno sobre patrimônio dos últimos 12 meses ficou em 17,8%.