A Câmara Brasileira da Indústria da Construção divulgou que em 2022 o mercado imobiliário brasileiro registrou sua primeira retração após 5 anos de crescimento, com uma redução de 8,6% nos lançamentos e 3,2% em vendas em relação a 2021.
Ocasionado principalmente devido à escassez de lançamentos de habitações de interesse social do Minha Casa Minha Vida, a CBIC ressalta que os valores teto e faixas de renda para financiamento dos imóveis adotados pelo referido programa governamental não acompanharam a elevação dos custos de insumos e mão-de-obra de construção dos últimos 2 anos inviabilizando comercialmente o desenvolvimento de novos projetos pelas construtoras.
Responsáveis por puxarem a média nacional para baixo, as regiões Nordeste e Sudeste apresentaram quedas de -7,5% e -3,8%, respectivamente, neutralizando as altas contabilizadas nas regiões Norte (2,9%), Centro-Oeste (1%) e Sul (0,7%).
A entidade responsável pela pesquisa afirma que é necessário que haja avanços nas ações governamentais visando fomentar e facilitar o uso do FGTS para financiamento de novos imóveis, e novamente aumentar a atratividade do investimento na caderneta de poupança, que registra um alto volume de saques devido ao baixo rendimento que vem apresentando com a taxa básica de juros na casa dos 13,75%.
Dados apresentados pela Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) revelam que o crédito para financiamentos imobiliários com recursos da caderneta de poupança caiu 16,4% em dezembro de 2022 em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Segundo a CBIC, as perdas nos saldos da caderneta de poupança farão com que os bancos sejam mais seletivos e as taxas de juros estão em viés de alta em função do aumento dos custos de captação.
Partindo do pressuposto que o mercado imobiliário brasileiro é tipicamente “regional”, cada pedaço do país pode ter um comportamento diferente, sendo necessário cautela tanto por parte dos construtores quando dos compradores ao tomar decisões em 2023.
Os dados para esta matéria foram coletados a partir do estudo Indicadores Imobiliários Nacionais do 4º trimestre de 2022, realizado pela CBIC e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI Nacional), em parceria com a Brain Inteligência Estratégica divulgadas durante a coletiva de imprensa nesta semana e com dados coletados em 207 cidades de todas as regiões do país.
Fonte: Portal VGV