A construção civil continua a ser uma das atividades econômicas que mais oportunidades de trabalho vêm gerando no Brasil.
O número de pessoas que trabalham na construção subiu 29,8% nos últimos dois anos e o setor foi um dos responsáveis por reduzir a taxa de desemprego no País, que chegou a 9,8% em maio.
No total, segundo o IBGE, o Brasil tinha 7,4 milhões de pessoas trabalhando no setor de construção no trimestre encerrado em maio – bem acima dos 5,5 milhões de dois anos atrás, quando a economia era afetada por uma onda de demissões em consequência da pandemia. No pico da série histórica do IBGE, o país chegou a ter 8,3 milhões de trabalhadores no setor, no trimestre encerrado em dezembro de 2013.
O crescimento no número de pessoas ocupadas na construção, porém, não acompanha uma alta nos rendimentos. A maior parte dos trabalhadores do setor é informal e tem renda menor do que aqueles contratados com carteira assinada.
O economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Leandro Horie, compara o momento atual com 2016, outro período de grande oferta de vagas no setor. “A composição era diferente. Em 2016, havia um volume maior de pessoas com carteira assinada no setor. Agora, tem uma expansão muito grande do emprego por conta própria”, diz Horie.
O rendimento médio dos trabalhadores da construção civil é de R$ 2.069, de acordo com os dados do IBGE. O valor médio para todos os segmentos é de R$ 2.613. A renda baixa observada em todos os setores econômicos faz com que o aumento de pessoas ocupadas seja insuficiente para acelerar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), segundo o economista da empresa de consultoria LCA, Bruno Imaizumi. “O crescimento das ocupações não vem sendo acompanhado de uma renda maior, que seja suficiente para o trabalhador pagar todas as contas. O rendimento médio se encontra em um patamar mínimo”, afirma.