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Oferta de ações de empresas de construção civil sinaliza retomada do setor

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Diversas construtoras e incorporadoras devem abrir capital na B3 no segundo semestre de 2020. Foram mais de dez anos sem que essas empresas entrassem na bolsa. A última oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) havia sido a da Direcional (DIRR3), em 2009, com a captação de 250 milhões. Em 2020, a Mitre foi a primeira a entrar na B3, com captação de R$1,8 bilhão. O calendário de ofertas de ações para os próximos meses traz nomes como Lavvi, You Inc e Melnick Even.

A crise do coronavírus já parece página virada para as empresas da construção civil. Pelo menos na bolsa de valores brasileira. O calendário de ofertas de ações de companhias do setor para os próximos meses traz nomes como Lavvi, You Inc, Melnick Even, entre outras. As construtoras já sinalizaram que iniciarão ou retomarão os processos de abertura de capital no segundo semestre de 2020.

Por que as empresas da construção civil estão indo à bolsa?

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Crédito: Divulgação

Neste ano, outras duas já entraram na B3, ambas em fevereiro.

A economista Paloma Brum, da Toro Investimentos, lembra que o setor vem se recuperando de anos difíceis e tem encontrado oportunidades de crescimento em um cenário com retomada de vendas, aumento de lançamentos e compra de terrenos. A Selic no piso histórico de 2,25% ao ano também propicia o aumento de crédito para os brasileiros que buscam comprar imóveis.

“Com o mercado acreditando que o pior (da pandemia) já passou, e diante da injeção de liquidez por parte das grandes economias, as bolsas globais têm se recuperado, registros de IPOs voltaram a ocorrer nos EUA, principalmente de empresas de tecnologia. E o mercado brasileiro de ações tem acompanhado esse movimento de otimismo para o lançamento de novas empresas na Bolsa”, acrescenta.

João Beck, especialista em investimentos e sócio da BRA, avalia que os próximos meses deverão ser movimentados, uma vez que o mercado imobiliário se prepara para uma retomada “vigorosa”.

“Com o maior interesse de investidores no setor, a expectativa é de que as captações possam dobrar nos próximos meses, já que outros grupos se preparam para ir à Bolsa”, aposta Beck. Além disso, ele avalia que o timing é favorável devido ao Marco Legal do saneamento básico, recém-aprovado pelo Congresso Brasileiro.

Paloma concorda que essa corrida para abertura de capital só está no começo, beneficiada pela conjuntura econômica de juros baixos, ajustes fiscais e previsão de reformas estruturais. Além disso, a economista enxerga muito espaço para a Bolsa crescer.

“Só na Nyse (Nova York), são mais de 2.700 empresas listadas. Enquanto na B3, são pouco mais de 300. Isso já nos dá um norte do potencial do mercado de ações aqui no Brasil para os próximos anos, que tende a ser acelerado com a retomada do crescimento econômico do País.”

Márcio Lorega, da Ativa Investimentos, sublinha que o rating de crédito das empresas de construção civil como um todo não é dos melhores, o que tornaria mais cara a captação de recursos via bancos. O rating é um indicador de risco de não-pagamento, atribuído a empresas ou operações.

Lorega também ressalta que todos esses IPOs tomam por base um cenário de superação dos problemas causados pela pandemia. Contudo, é preciso ter atenção porque os riscos ainda existem. “Uma segunda onda de covid-19 poderia vir a atrapalhar os planos pós-captação de recursos, como o adiamento de investimentos.”

Fonte: Estadão

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