A plataforma imobiliária digital AoCubo fez o levantamento com 90 incorporadoras na cidade de São Paulo(SP), mostra estudo.
Em um ano atípico, considerando a pandemia de coronavírus, as vendas de imóveis novos que custam até R$ 400 mil caíram 37% em São Paulo de fevereiro a abril deste ano, segundo um levantamento feito com 90 incorporadoras do estado pela plataforma imobiliária digital AoCubo.
Considerando imóveis novos de mais de R$ 400 mil, a queda nas vendas nesse mesmo período mencionado foi ainda maior: 58%.
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Segundo a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias, ABRAINC, o mercado estimava um crescimento exponencial neste ano, por causa da queda das taxas de juros do crédito imobiliário e, principalmente, da Taxa Selic, que aquece a procura por empreendimento quando está em baixa.
“A movimentação de compra e venda em qualquer setor caiu em uma porcentagem considerável durante a quarentena. Entre estes setores, um dos mais afetados parece ser o mercado imobiliário. Apesar de todos esperarem um ano mais aquecido no segmento, o crescimento estimado se tornou impraticável por força do coronavírus”, explica Ronnie Sang, fundador e CEO do AoCubo.
Segundo Sang, as incorporadoras tinham um volume grande de lançamentos planejados para o período pós-Carnaval – mas a pandemia fez os planos serem colocados no “modo espera”. “Apesar das quedas e dessa quebra de expectativa, as transações estão acontecendo, o mercado não parou. A crise gera oportunidade e estamos confiantes que o mercado reaja de forma rápida quando a quarentena efetivamente acabar”, pondera.
Thais Cancian, cofundadora e COO do AoCubo, explica que o estudo vinha em linha com o que estava sendo observado pela empresa. “Imóveis mais caros tiveram uma queda maior, enquanto os de ticket mais baixo apresentaram uma redução menor nas vendas”, diz.
O estudo também analisa as vendas de imóveis considerado “perfis de investidores”, aqueles com até 70 metros quadrados, independentemente de valores. Para essa amostra, a queda nas vendas entre fevereiro e abril foi de 48%.
Ronnie Sang, fundador e CEO do AoCubo. Créditos: Divulgação.
Retomada
Segundo a executiva, a retomada do setor de imóveis novos deve começar a partir do início do segundo semestre. “Em agosto, vamos retomar para patamares muito próximos do cenário pré-pandemia. A pessoa que perdeu o emprego não vai conseguir comprar, naturalmente, mas as pessoas que mantiveram o trabalho não vão abrir mão do sonho da casa própria. Além disso, as incorporadoras, embora não estejam diminuindo o preço, estão flexibilizando bastante as condições”, diz Cancian.
Sang diz que, como o mercado não paralisou por completo, essa retomada pode acontecer de forma mais rápida do que o esperado. “O mercado continua funcionando. Por isso, esperamos que a retomada não seja tão demorada. O volume de transação é baixo, mas existe e o déficit habitacional no Brasil ainda é grande. Por isso, nossa expectativa com a recuperação é positiva”, diz o CEO.
Fonte: Infomoney