Pesquisa com 620 gestores brasileiros mostra as preocupações provocadas pela crise, executivos com medo perder emprego.
Os executivos que estão no comando das companhias do país não se sentem imunes ao desemprego que começa a se espalhar em diversos setores da economia por conta da crise provocada pelo coronavírus. Para 47% essa já é uma preocupação, embora não acreditem que isso não vá acontecer, já 14,7% acham que é muito provável ou quase certo que serão dispensa. O medo de perder o emprego é maior entre os gestores de empresas de menor porte, onde 16% já afirmam não ter mais trabalho por conta da pandemia. Nas grandes companhias, embora se sintam mais protegidos, os executivos também enxergam o risco de perderem o trabalho em razão da atual crise.
Por conta da pandemia, a rotina de trabalho de quem ocupa o primeiro escalão da empresa se intensificou. Nas grandes companhias, principalmente, 40% afirmam estar com um volume maior de trabalho em decorrência da covid-19, e 70% dizem que estão fazendo isso trancados em casa, atuando no modo home office.
Créditos: Valor Econômico
Esses dados fazem de pesquisa realizada com 620 executivos, entre 31 de março e 4 de abril, pelos pesquisadores da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (FGV–Ebape) Marco Tulio Zanini e Eduardo Andrade, divulgada com exclusividade pelo Valor. Entre os entrevistados, 30% ocupam o cargo de CEO, 22,4% são diretores executivos e 20% gerentes, sendo que 34% atuam em companhias de grande porte, com faturamento anual superior a R$ 300 milhões e 23,5% trabalham em empresas de médio porte, com faturamento entre R$ 5 e 30 milhões. A faixa etária média é de 45 a 65 anos de idade, sendo 63,5% homens e 36,5% mulheres.
Por conta da pandemia, a rotina de trabalho de quem ocupa o primeiro escalão da empresa se intensificou.
Nas grandes companhias, principalmente, 40% afirmam estar com um volume maior de trabalho em decorrência da covid-19, e 70% dizem que estão fazendo isso trancados em casa, atuando no modo home office.
Entre os executivos que comandam grandes empresas, 56,8% afirmam que suas companhias poderiam contribuir de alguma maneira na fabricação, compra, distribuição e aplicação rápida dos testes em massa.
A pesquisa mostra, no entanto, que o altruísmo dos executivos não é ingênuo. Para 60% dos pesquisados, as ações da empresa no combate ao coronavírus agregam valor à marca e são percebidas pelos clientes atuais e também potenciais.
Já 70% acreditam que esse tipo de atitude ajuda a companhia a ganhar pontos positivos com os próprios funcionários.
Fonte: Valor Econômico