Fundos de crédito tentam prover recursos para o setor, durante a pós-pandemia.
A perspectiva de recuperação lenta em alguns segmentos do varejo, principalmente aqueles de produtos não essenciais, leva administradoras de shopping centers a desenhar opções de financiamento a lojistas, preenchendo o espaço deixado em aberto pelos bancos, que têm se mostrado mais cautelosos na concessão de crédito.
O arsenal de ferramentas para financiamento ao lojista se expande com a criação de fundos de investimento em direitos creditórios (FIDC) capitalizados com recursos de investidores e da própria empresa de shoppings. Uma segunda alternativa, ainda em discussão, é a conversão em dívida ou até em participação no capital do varejista dos descontos concedidos pelos shoppings no aluguel e no condomínio.
Mesas interditadas no Shopping Center 3, na Avenida Paulista, Centro de São Paulo. Créditos: Rodrigo Rodrigues/G1.
Em meio à crise econômica provocada pela covid-19, as principais empresas de shoppings no país intensificaram seus esforços para manter seus locatários “vivos”, especialmente no varejo de artigos considerados não essenciais, explica o sócio-diretor da Alvarez & Marsal. Nesse grupo estão segmentos como vestuário, calçados e utilidades domésticas.
“Os shopping centers estão trazendo fintechs [startups financeiras] para fazer o financimento dos lojistas”, conta Carlos Eduardo Ferrari, presidente da Comissão de Mercado de Capitais e Direito Societário do Ibradim (Instituto Brasileiro de Direito Imobiliário).
A expectativa é que a capacidade de consumo existente no país em 2019 não se recupere antes de 2023, pelas contas de Leonardo Coelho. Ainda que os shoppings tenham procurado se reinventar durante a quarentena, com vendas pela web e em sistema de “drive-thru’, o economista Claudio Felisoni de Angelo destaca que a pandemia “muda completamente o conceito de utilização de espaços.”
No início de junho, menos de 300 dos 577 shoppings brasileiros haviam reaberto as portas. A reabertura provocou filas para entrar nos estabelecimentos, entretanto os estabelecimentos estão na fase amarela do Plano SP por 6h diárias, as praças de alimentação e restaurantes dentro dos shoppings centers da capital paulista precisam seguir as mesmas orientações de higiene e distanciamento dos estabelecimentos de rua da cidade.
Fonte: Valor Econômico.