Os tempos de muros altos e cercas de arame farpado como itens de segurança começam a ficar para trás nos projetos do mercado imobiliário. Hoje, os investimentos nesse quesito, que representam até 1,5% do custo total da obra, combinam projetos inteligentes, tecnologia de ponta e soluções harmônicas com o entorno.
Esses têm sido os diferenciais dos novos empreendimentos em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro. A Marquise Incorporações, braço imobiliário do Grupo Marquise, apostou em um conjunto integrado de dispositivos de segurança no lançamento do 319 Padre João Manuel, residencial de 34 unidades, nos Jardins.
Além da portaria blindada, conta com três eclusas (clausuras): para veículos e para pedestres na entrada social e na entrada de serviço. No espaço, o morador ou visitante aguarda ser identificado para ter acesso ao prédio.
Os visitantes, por sinal, são cadastrados através de um aplicativo de gerenciamento, que registra horários de entrada e saída. Outro fator de proteção é o elevador codificado: cada unidade tem uma senha exclusiva, que é digitada em teclado numérico. Somente moradores ou pessoas autorizadas têm acesso, pelo elevador, ao andar e aos apartamentos.
O 319 é o segundo empreendimento de alto padrão da Marquise em São Paulo. As obras do Park View Vila Nova Conceição, conjunto formado por duas torres de apartamentos, já foram iniciadas. Os dois residenciais, com VGV de R$ 600 milhões, contam ainda com sensores infravermelhos nos muros para evitar intrusões.
“Essa é uma tendência irreversível. É preciso ficar atento e trazer o que há de mais moderno em termos de proteção para o morador. A tecnologia é uma aliada nesse aspecto, porque permite um controle mais efetivo da segurança”, explica Andrea Oliveira, diretora de Incorporação da Marquise.
A pandemia consolidou outra tendência nos empreendimentos de alto padrão: o delivery room, área exclusiva para entrega e armazenamento de mercadorias, o que reduz o risco de assaltos e de roubos de compras online. Equipado com geladeira e armários, o espaço é monitorado por câmeras de vigilância.
A Mozak também aposta alto na proteção dos moradores. Um exemplo é o Parque Sustentável da Gávea, no Rio de Janeiro, que vai abrigar unidades residenciais e lojas em três blocos de até quatro pavimentos. A construtora montou um sistema de vigilância que contempla circuito de TV com monitoramento e gravação 24 horas, central de alarme anti-intrusão .
O empreendimento contará ainda com o chamado “pulmão de segurança” para controle de acesso de pedestres por biometria, reconhecimento facial, senha ou cartão. As entradas do empreendimento terão controles automatizados, incluindo ronda de segurança com uso de segways.
“Sempre buscamos harmonizar segurança e estética. Na Gávea, há um parque acessível ao público dentro do empreendimento e, no térreo, onde há unidades viradas para a alameda, projetamos muxarabis e brises móveis na frente das esquadrias para dar mais segurança aos moradores”, conta Clarissa Grinstein, coordenadora de Projetos da Mozak.
Essa preocupação é foco também da Performance Empreendimentos Imobiliários, que montou um “pulmão de segurança” no S Design, em Botafogo, com sistema de controle de entrada de pedestres através de reconhecimento facial. O espaço para embarque e desembarque de passageiros é um dos atrativos do empreendimento, criando uma área protegida para veículos.
Os moradores receberão ainda um controle smart para acesso de veículos, com botão antipânico, dispositivo que se assemelha a um chaveiro de alarme de carro. Em caso de emergência, ele aciona a central de monitoramento.
“A infraestrutura de segurança valoriza e dá liquidez aos imóveis. Com o uso da tecnologia, os muros não são mais necessários. Quanto mais aberto e mais iluminado for o ambiente, melhor. As pessoas não querem mais ficar enclausuradas”, afirma Carolina Lindner, diretora Comercial da Performance, parceira do Opportunity Imobiliário no S Design.
Fonte: Valor