Método sustentável foi desenvolvido pelo Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas, e batizado de ‘bambutrônica’, uso do bambu.
Pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP), um dos maiores centros de produção científica do país, desenvolveram um método que usa o bambu como matéria prima para substituir os fios elétricos. A técnica sustentável, batizada de “bambutrônica”, pode ser aplicada na construção civil e em dispositivos eletrônicos.
A pesquisa foi feita em parceria com a Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro e publicada na revista científica Royal Society of Chemistry, uma das mais respeitadas do mundo.
Os poros são muito finos, da espessura de um fio de cabelo. Na pesquisa, foram revestidos com tinta metálica a base de prata. Com a sucção a vácuo, a tinta preenche todo o comprimento dos poros e deixa o material disponível para conduzir eletricidade. Bambu é uma planta de crescimento muito rápido, com espécies que chegam a aumentar 1 metro por dia.
Condutor eficiente
De acordo com o pesquisador do CNPEM, Murilo Santiago, a “arquitetura” do bambu é complexa, porque é uma planta leve, resistente, flexível e permite a introdução de líquido aquecido nos canais. Os testes em laboratório provaram que o bambu é um condutor eficiente, podendo acender uma luz, por exemplo.
“Poderíamos vislumbrar o uso do bambu como um precursor, um material para a construção civil. Pensando numa parede inteligente, incorporando elementos condutores, uma vez que o material está na parede, conseguimos acessar o outro lado, sem precisar quebrar”, afirma. O próximo passo será testar a tecnologia na transmissão de dados, informou o pesquisador Mathias Strauss.