Por Arthur Patricio¹ e Ana Carolina Cayres²
O avanço da tecnologia tem impulsionado a utilização de novas soluções em segmentos diversos. No entanto, o mercado de construção civil ainda caminha a passos curtos no que diz respeito à inovação. Tanto é que, para fomentar esta temática, o Governo Federal lançou o projeto Construa Brasil, que tem como objetivo como estimular a modernização das empresas e fomentar o uso da metodologia BIM (Building Information Modeling) nos projetos. Tal conceito contribui para otimizar os processos da construção civil e gerar benefícios como o gerenciamento de riscos, por exemplo, que, quando pouco discutido pelas organizações, pode ocasionar prejuízos significativos na obra.
Ao abordar o gerenciamento de riscos na construção civil, um tópico prioritário a ser avaliado está relacionado aos riscos financeiros que podem englobar erros, como, falhas no processo de aquisição, impacto da inflação nos preços dos insumos, ou, ainda, exposição excessiva de caixa.
De fato, é de comum conhecimento que o perímetro estratégico e operacional de uma obra vai muito além do espaço da construção em si, envolvendo diversas pessoas e processos minuciosos. Desta forma, as análises de métricas reduzem os riscos e contribuem para alcançar o resultado esperado.
O cenário da construção civil no pós-pandemia
Com projetos cada vez mais desafiadores, as empresas do setor devem buscar soluções tecnológicas para manterem boas margens. De acordo com o SindusCon-SP e o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), o PIB da construção deve crescer cerca de 2% em 2022, se comparado a 2021. E, em um cenário pós-pandêmico, as empresas estão retomando seus investimentos, principalmente em áreas como mercado imobiliário.
O aquecimento do setor devido ao otimismo econômico, atrelado a busca por competitividade na construção civil, contribui para o questionamento: Como proteger a saúde financeira e todos os ativos da minha empresa, inclusive as pessoas?
Benefícios e Gestão de Riscos na Prática
A adoção de recursos tecnológicos, cujo objetivo seja apresentar opções para gerir riscos e propor indicadores estratégicos para projetos, deve ser encarada como um investimento pelo segmento de construção civil. A tecnologia pode ser aplicada para as atividades principais do gerenciamento de riscos, que incluem a identificação dos riscos, a análise qualitativa, a quantitativa, o planejamento de respostas para os riscos identificados, e, por fim, o monitoramento desses riscos ao longo do projeto.
Explorar as tecnologias existentes hoje no mercado pode ser a chave para o sucesso dos projetos. Atualmente, já são disponibilizadas soluções, integradas ao BIM, com funcionalidades capazes de produzir mapas visuais em função de riscos, mapeamento do nível de riscos e, até mesmo, os valores desses riscos. Tudo isto, com a possibilidade de criar dashboards e relatórios específicos para controle dos riscos, além de checklists para confirmar se o plano de resposta está sendo realmente cumprido.
A própria possibilidade de realizar a construção virtual, antecipadamente, e perceber os riscos que serão enfrentados ao longo do projeto, torna-se uma grande vantagem competitiva às empresas.
Conclui-se que o investimento em capacitação e em soluções que facilitem a tarefa da gestão dos riscos do projeto auxilia que este tópico, ao invés de ser considerado problemático, torne-se de fato um agente que contribuirá nas decisões que aumentam a segurança e protegem os objetivos da operação. Com este propósito em mente, será questão de tempo para que os níveis de confiança, credibilidade e resultados do mercado de construção civil atinjam patamares cada vez maiores.
¹ Diretor de Vendas da SoftwareONE Brasil
² Líder Técnica da SoftwareONE Brasil, com enfoque em MTWO, solução responsável por integrar o gerenciamento de todo o ciclo de vida do projeto com BIM 5D (modelos 3D + tempo + custo) em uma única plataforma.