Na última semana saiu o vencedor do Prêmio Pritzker de Arquitetura 2022. O prêmio que é conhecido no mercado como o “Nobel de Arquitetura” será entregue a Francis Kéré, cujo trabalho está criando impactos positivos para a sociedade.
O arquiteto, educador, ativista social nasceu em Burkina Faso e já teve seu talento reconhecido com o Prêmio Aga Khan de Arquitetura em 2004 e autor do Pavilhão Serpentine de 2017.
Seu trabalho busca “empoderar e transformar comunidades através do processo da arquitetura”, Kéré, o primeiro arquiteto negro a receber o prêmio, trabalha em regiões conhecidas por suas adversidades, utilizando materiais locais e construindo obras contemporâneas cujo valor ultrapassa a própria estrutura, servindo ao futuro de comunidades inteiras.
Elogiado por ir além dos limites do campo disciplinar, o arquiteto atua simultaneamente em Burkina Faso e na Alemanha.
Com uma expressão arquitetônica profundamente enraizada em sua formação e experiências em Gando, Kéré comunicou ao mundo a tradição da África Ocidental, especialmente a prática de “comungar sob uma árvore sagrada para trocar ideias, narrar histórias, celebrar e reunir”.
Com efeito, para o Pavilhão Serpentine 2017 o arquiteto imaginou uma estrutura que assume a forma de uma árvore, com a cobertura destacada e paredes curvas formadas por módulos triangulares na cor índigo, que representa a força em sua cultura.
Dentro do pavilhão, a água da chuva era canalizada para o centro, conotando a escassez de água em muitas partes do mundo.
Além de construir na África, Kéré tem obras na Dinamarca,Alemanha, Itália, Suíça, Reino Unido e Estados Unidos. Alguns de seus trabalhos mais significativos são o Xylem no Tippet Rise Art Center (2019, Montana, Estados Unidos), a Léo Doctors’ Housing (2019, Léo, Burkina Faso), Lycée Schorge Secondary School (2016, Koudougou, Burkina Faso), o Parque Nacional do Mali (2010, Bamako, Mali) e a Opera Village (Fase I, 2010, Laongo, Burkina Faso).
Que a arquitetura jamais perca sua essência de conectar o homem ao meio ambiente!