À frente da companhia, desde 2007, na entrevista a seguir, o executivo fala de sua trajetória e desafios adiante. Se no início o objetivo da empresa era atender ao mercado de decoração, hoje vai muito além. Segundo Rolleri, atualmente a Ibratin é considerada uma empresa que oferece soluções técnicas para a construção civil. “E este é o investimento que devemos fazer cada vez mais a longo prazo”.
Como foi o seu começo na Ibratin?
Comecei na empresa em 1999, aos 17 anos. Costumo brincar que minha meta era pagar uma conta de celular de R$ 1600 (risos). Meu pai me colocou para carregar a maior máquina que havia na Ibratin. À época, eu ganhava o equivalente a um salário mínimo, que era de R$382,40. Ou seja, trabalhei alguns meses até pagar a conta… Desde então, minha ascensão foi automática, pois eu tinha muito interesse em aprender. Fui crescendo até chegar à liderança de produção. Ao 18 anos, passei a trabalhar com vendas; uma chance de ganhar mais em função da comissão. Como todo jovem, eu queria comprar um carro e isso me motivou. Fui trabalhar em Alphaville, e me aproximei do gerente comercial da época, com quem aprendi muito.
Como foi assumir um cargo de gestão pela primeira vez?
O primeiro cargo de gestão foi o de gerente comercial, em 2005. Ocorreu no momento em que o profissional que cuidava do departamento estava em transição para outro setor. Assumi a responsabilidade de trazer dinheiro para toda a empresa. Apesar de desafiador, a nova posição me rendeu maturidade profissional e pessoal.
Atualmente como é o seu trabalho à frente da empresa?
Sou CEO da Ibratin, mas considero este um cargo de transição. A principal função é gerir pessoas e fazer com que a máquina não pare. Por isso, digo ‘ser um cargo de transição’. Cuido muito da harmonia da companhia. Além disso, sou responsável pelo relacionamento e atendimento dos clientes maiores junto com os arquitetos e as construtoras.
Em sua opinião, o que significa ser líder e qual o principal desafio da função?
Liderar não é chefiar simplesmente. É conseguir o melhor de seus colaboradores, sem precisar mandar. Em 2022, por exemplo, eu quis entender o novo processo da Ibratin. Escolhi a expedição, um departamento que necessitava de acompanhamento. Interferi diretamente e reestruturei tudo lá em três meses. Alguns ‘detalhes’ incomodavam, desde a limpeza local, entre outras questões que necessitavam de mudança; e assim fizemos. Liderança se constrói com exemplo e os funcionários entenderam isso. O importante é conseguir apresentar em um contexto qual é o planejamento estratégico, a demanda da empresa e como atingir. Faço analogia a um maestro ou regente de orquestra. Ele ajuda os músicos a tocar com precisão, equilíbrio, unidade e energia. O resultado é uma bela música.
Os próximos passos da Ibratin seriam a longo prazo?
Sim. Trabalhamos pouco a curto prazo, pois a empresa tem ciclo de venda longo. Desde o momento do lançamento de um empreendimento imobiliário, planejamos tudo. Hoje olhamos a Ibratin não mais como uma empresa de soluções para a decoração, como já foi há alguns anos; pensamos em ir além. Atualmente, a Ibratin é considerada uma empresa que oferece soluções técnicas para a construção civil. E este é o investimento que devemos fazer cada vez mais a longo prazo.
Quais fatores influenciaram para que a Ibratin se tornasse a maior empresa de textura do Brasil?
Seriedade, transparência e comprometimento, sem dúvida, foram princípios importantes. Aliás, os maiores ensinamentos do meu pai, o Luciano Rolleri. E claro, o atendimento aos clientes e as fórmulas de nossos produtos foram imprescindíveis. Sempre digo que o trabalho bem-feito, com crescimento paulatino, é duradouro. Isso fez a Ibratin se transformar no que é hoje.