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“Conscientização, Empenho e Transparência” – como a SINCO Engenharia encontrou equilíbrio no setor da construção civil

SINCO

Comitê de crise e agilidade nas obras preventivas são algumas das atuações que a empresa aplicou diante da pandemia(SINCO).

Em janeiro desse ano, o Sinduscon (Sindicato da Construção de São Paulo) estimou um crescimento de 3% para o setor da construção civil. A expectativa era que o PIB (Produto Interno Bruto) da construção brasileira fechasse 2019 com um crescimento de 2% na comparação com 2018, interrompendo uma série de 5 anos de quedas.

Porém, os investimentos medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), apontaram recuo de 8,9% entre março e fevereiro de 2020, na série com ajuste sazonal. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o resultado foi um reflexo parcial dos impactos econômicos da pandemia da covid-19.

Para que o setor não sofresse uma brutal recaída, além dos incentivos do governo federal e estadual, foi necessário que empreiteiras, incorporadoras e construtoras, traçassem uma estratégia de crise o quanto antes.

No final de março, logo após o Governador de SP, João Doria, anunciar o Decreto sobre o período de quarentena (23/03), A Sinco Engenharia, criou um Comitê de Crise multidisciplinar permanente, o que traria agilidade nas tomadas de decisões e aderência a cada necessidade, afinal era um momento ímpar pelo qual ainda ninguém havia passado. Porém, era somente o início de uma série de decisões importantes para gerir uma crise maior.

Para entender qual o caminho a empresa escolheu para continuar os negócios em meio à crise, conversamos com João Paulo Figueiredo – Superintendente de Engenhariana, da Sinco Engenharia LTDA.

Confira:

 C3 -Todas as empresas sofrem com dificuldades na gestão. A construção civil tem ainda mais dificuldades por diversos fatores. A partir de março desse ano, após o Covid-19, essa dificuldade aumentou muito? Quanto aos ganhos, você acredita que vão ficar para sempre com esse aprendizado de um novo modelo de gestão?

João Paulo Figueiredo – Anteriormente ao decreto já havíamos colocado em prática algumas ações, alinhadas com o Sinduscon/SP e Sintracon, dentro dos canteiros e escritório para mitigar possíveis focos de proliferação do COVID-19, como medições da temperatura dos trabalhadores, estímulos a higienização frequente das mãos e distribuição de álcool gel, dentre outras.

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Créditos: Sinco Engenharia.

Paralelamente, entramos em contato com os principais parceiros de mão de obra e materiais para reforçar a importância de não paralisarmos nenhum fornecimento ou frentes de serviço, o que seria muito prejudicial ao setor, principalmente as subempreiteiras de mão de obra que demandam da conclusão dos serviços para terem receita em suas empresas e fazerem frente as folhas de pagamento. Neste momento sentimos apenas dificuldades de fornecimento de materiais oriundos fora do Estado de São Paulo, onde barreiras impediam o trânsito de caminhões. Aumentamos também consideravelmente os estoques de alguns materiais essenciais a continuidade dos serviços, caso houvessem paralisações repentinas no fornecimento.  

Contudo, como “mar calmo não faz bom marinheiro”, a experiência obtida nos momentos adversos faz com que tenhamos de ser cada vez mais resilientes e criativos para superar os desafios e manter as condições mínimas de produtividade desejáveis tanto aos prestadores de serviço parceiros, quanto a nossos clientes, sem que a qualidade seja colocada em segundo plano.

C3 – Qualquer contratempo com funcionários é o suficiente para atrasar as obras.  Em meio a essa crise, muitos empresários apontaram dificuldades de encontrar um ambiente seguro para que seus funcionários não abandonem a obra. Como estão lidando com essas dificuldades internamente? 

João Paulo Figueiredo   -Acredito que as palavras que resumem este questionamento é “Conscientização, Empenho e Transparência”. O time que fica à frente da Saúde e Segurança do trabalho na Sinco Engenharia intensificou incansavelmente os trabalhos nos canteiros de obras no período.

Estando diretamente ligados ao Comitê de Crise, as atualizações das informações vindas do campo, como a quantidade de funcionários apresentando sinais suspeitos de contaminação, estiagem de insumos e equipamentos necessários a proteção individual e coletiva e demais itens que se fazem necessários para evitar um contagio coletivo são remetidos ao colegiado quase que em tempo real, possibilitando respostas rápidas as ocorrências. O caminho inverso também ocorre, quando o comitê acolhe novas diretrizes provenientes dos órgãos de saúde e remete sua diretriz de implantação de maneira imediata aos canteiros.

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Créditos: Sinco Engeharia.

Esse empenho demonstrado pelos envolvidos em suas atitudes, bem como a transparência de respostas quando algo não sai como planejado, fazem com que as equipes de produção tenham segurança e tranquilidade quando entram num canteiro de obras, minimizando desfalques. Lógico que sem a incansável prática diária de conscientização (DDS – Diálogo Diário de Segurança), por vezes até repetitiva, demonstrando de maneira simples que pequenos ajustes na conduta podem ajudar a evitar um contagio dos demais colegas de trabalho. 

C3– Antes dessa situação incomum para o setor imobiliário, vocês possuíam obras em andamento e contratos já firmados, quantos por cento parou?  Fornecedores confiáveis em nosso setor é fundamental para garantir a qualidade final da obra e o prazo de entrega. Diante deste cenário, quais as práticas estão adotando para não fragilizar tanto os fornecedores e ao mesmo tempo não prejudicar o fluxo financeiro da empresa?

João Paulo Figueiredo – Desde o início do período de quarentena decretado pelo governo, as obras que se encontravam em andamento não foram paralisadas. Pontualmente houveram em alguns canteiros algumas baixas de funcionários que apresentaram os sintomas do COVID 19 e, por motivos óbvios, foram afastados.

Contudo, alguns contratos em carteira, firmados anteriormente a pandemia com grandes incorporadores, cujos prazos das obras se dariam em abril/ 20, tiveram seu início prorrogado. Alguns por conta de emissões dos Alvarás de Execução, visto que a PMSP diminuiu as atividades internas de seu efetivo e outros, de comum acordo conosco, visando termos um horizonte mais seguro para continuidade dos trabalhos.

O momento é de incerteza, mas o bom senso deve prevalecer para garantir a saúde financeira de ambos os lados.        

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Créditos: Sinco Engeharia.

C3 – Entre os empreendimentos da incorporadora, há prédios residenciais, comerciais, condomínios de casas, centro comerciais, shopping, escola, teatro, industrias e obras especiais. Qual desses setores sofreu mais com o atual cenário?

João Paulo Figueiredo – A partir do 2° semestre de 2019 sentimos um aquecimento constante do mercado imobiliário, principalmente em São Paulo. Desde então nossos clientes começaram a nos procurar para novos orçamentos e as incorporadoras a lançarem novos empreendimentos. Essa nova onda vinha a reboque e motivada pelos constantes cortes na taxa básica de juros e da perspectiva de melhora do mercado como um todo.

Com os primeiros casos da COVID 19 chegando ao Brasil e, tendo todo o cenário da pandemia já instalado em Ásia e Europa, as incertezas sobre o que ainda estaria por vir fizeram as vendas caírem abruptamente, o que é natural para o momento de crise. A tendência esperada são que os empreendimentos de baixa renda sofram mais com à inadimplência motivada pela perda de capacidade de compra da população.

Contudo, o setor já vem se modernizando e muitas empresas estão preparadas para vender e contatar seus clientes digitalmente, fazendo com que a baixa nas vendas seja atenuada, além disso a taxa de juros continua em queda o que estimula os investidores a buscar o setor como alternativa para o capital.

É certo que muitos lançamentos foram suspensos até atingirmos um maior nível de confiança do mercado, mas todas as crises têm um começo, meio e fim, ou seja, atualmente passamos por um momento de choque, mas certamente haverá um período de transição e, posteriormente, a retomada do setor.

O futuro

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Créditos: Sinco Engenharia.

Com um cenário desconhecido, o Superintendente não aponta grandes planos, mas define que esse período será de grande aprendizado. “Já derrubarmos alguns paradigmas e fomos obrigados a enxergar como sempre podemos melhorar as condições de trabalho, sejam elas no escritório ou nos canteiros de obras. Reuniões virtuais com equipes e clientes, posições de trabalho em Home Office, sem a necessidade de deslocamento nas cidades são práticas que, apesar de já existirem, ainda tinham algumas barreiras a serem rompidas para implementação em nosso meio.”, descreve João Paulo Figueiredo.

Já no canteiro, afirma que o zelo é incondicional com a saúde dos colaboradores e com a adoção de medidas complementares, e que muitas vezes são propostas pelas próprias equipes, de higienização e organização das frentes de trabalho e áreas de vivencia, o que garante a produção e a satisfação dos profissionais presentes.

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