Especialista avalia cenário e traz boas perspectivas do mercado imobiliário
Após cinco anos de crise, o mercado imobiliário começa a recuperar o fôlego. De acordo com dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e do Sindicato da Habitação (SecoviSP), houve um aumento de 23,9% no volume de lançamentos no país, no terceiro trimestre de 2019, na comparação ao mesmo período de 2018. As vendas acompanharam o crescimento: tiveram alta de 15,4% no mesmo período.
Na opinião de Márcio Nassif, especialista em Direito Imobiliário e sócio do escritório de advocacia Natal & Manssur, a queda histórica na taxa Selic teve reflexo direto nas taxas de financiamento dos bancos, o que animou o mercado. “A Selic caiu de 14,5% para 4,5%, o que possibilitou a queda das taxas dos juros e facilitou a aquisição de imóveis. Junto a isso, o mercado reaqueceu e os investidores começaram a ter mais confiança na economia do país após as reformas”, explica.
Ainda segundo o especialista, outras alavancas ajudam como é o caso da criação da modalidade de crédito imobiliário indexado ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). “Há uma grande procura por esse tipo de financiamento pelos correntistas da Caixa Econômica Federal e agora pelos do Banco do Brasil, já que eles lançaram um produto similar”, exemplifica Nassif.
A ascensão do mercado ainda fomenta formas diversificadas de investimentos, como os fundos imobiliários Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI’s) e a Letra Imobiliária Garantida (LIG), inspirada nos covered bonds. “São aplicações financeiras atreladas ao mercado imobiliário, com dupla garantia [do banco e do fundo] e isenção de Imposto de Renda para pessoa física. Nesse ponto, o rendimento líquido pode ser bem atraente se comparado a outras aplicações, já que CDB, fundos e títulos públicos são taxados de acordo com a tabela regressiva”, avalia Nassif.
No que diz respeito à segurança jurídica, algumas mudanças recentes também contribuem, junto ao um cenário economicamente favorável, para a retomada. Como o advento das leis 13.465/17 e 13.786/18 (conhecida como Lei do Distrato). “Elas trouxeram maior segurança jurídica ao mercado, contribuindo ainda para a diminuição no número de distratos realizados, uma queda de 30%, segundo a Associação Brasileira de Incorporadoras e Construtoras, além do número de ações judiciais sobre o tema”, enfatiza o advogado.
A cereja do bolo é o balanço na geração de empregos: em 2019, o setor da construção gerou 15% do total de empregos formais criados no Brasil, representando um crescimento de 52% na geração de vagas em comparação com 2018, consolidando a retomada positiva. “A tendência para 2020 é o aumento do número de lançamentos e de vendas em conjunto com a manutenção das taxas baixas de juros. Para quem atua no mercado imobiliário, a ascensão é inequívoca e o otimismo dos empresários no segmento é extremamente animador”, finaliza Marcio Nassif.
(Com informações: Assessoria de Imprensa)