Toda casa tem história, é fato. Das mais simples a grandes obras, a memória afetiva está presente em todos os cantos. Porém algumas casas são icônicas e no ano que comemoramos o centenário da Semana da Arte Moderna de 22, como não falar da arquitetura.
Conhecida como Casa Modernista, a casa da rua Itápolis foi projetada por Gregori Warchavchik foi construída durante o ano de 1929 e aberta ao público em 26 de março de 1930.
Na época foi realizada a Exposição de Uma Casa Modernista, com obras de diversos artistas como: Anita Malfatti, Antônio Gomide, Celso Antônio, Cicero Dias Di Cavalcanti, Ester Bessel, Jenny Klabin Segall, John Graz, Lasar Segall, Menotti Del Picchia, Oswaldo Goeldi, Regina Graz, Tarsila do Amaral e Victor Brecheret.
A exposição que durou 21 dias recebeu mais de 20 mil visitantes, um número impactante para a época. Dentre os visitantes, Le Corbusier que acompanhou a obra, Richard Neutra e os líderes do movimento modernista Oswald de Andrade, Mario de Andrade, Menotti del Picchia.
Para entender a evolução da arquitetura, vale a leitura do ataque de Chistiano das Neves publicado no jornal “Diário de São Paulo” com o título de “Máquina de habitar”, onde o autor desdenha o traçado e classifica como “mostrengo” tal projeto arquitetônico.
Mina Klabin, além de esposa, foi parceira de Warchavchik nos projetos modernos assinados pelo arquiteto, influenciando, entre outros, o paisagista Burle Marx que ficou encantado com o mandacaru que se destacava no projeto. Passado quase 100 anos o Mandacaru continua reinando imponente na rua Itápolis, mostrando a beleza da flora brasileira.
A casa, que é tombada pelo Patrimônio Histórico, passou por uma grande reforma, decidida em conjunto o IPHAN, para solucionar problemas elétricos e outras obras que haviam descaracterizado internamente o projeto e foi reaberta ao público em 2010, no aniversário de 80 anos.
Para entender um pouco mais da importância de Gregori Warchavchik para o movimento modernista, assista ao vídeo.