A população brasileira está em trajetória de envelhecimento e arquitetura da longevidade, até 2060, o percentual de pessoas com mais de 65 anos passará dos atuais 9,2% para 25,5%. Ou seja, 1 em cada 4 brasileiros será idoso. Estes dados do IBGE mostram que precisamos pensar nos futuros idosos.
Como estes idosos irão viver ou conviver? Um exemplo interessante vem dos Estados Unidos onde os centros de idosos são até comuns, uma vez que a pessoa quer manter uma certa independência da família, mas também pode precisar de alguns cuidados especiais.
Será que ainda somos os mesmos? Douglas Gallow, arquiteto americano proprietário da Lifespan Design Studio e especializado em gerontologia ,percebeu que não. Os novos idosos são mais independentes e gostam de manter esta característica como parte de sua essência, como pode ser visto nos seus projetos.
Alguns pontos que ele destaca para estes novos centros:
1) Ter um café.
Um ambiente como um café, onde os idosos possam comer algo saudável e comprar com o próprio dinheiro é uma destas mudanças. Afinal manter esta relação de autonomia é fundamental para a sensação de bem-estar. Outra vantagem é que estes espaços também servem como espaço de socialização natural, não obrigatória e podem ser abertos ao público em geral.
2) Salas de atividade.
Se antes bastava um único salão para todos, hoje os idosos praticam dezenas de outras atividades, como ioga, pilates , além da tradicional esteira. Espaço ao ar livre também é necessário. Para estes locais é sempre importante pensar na questão da circulação já que andadores e cadeiras de roda também devem fazer parte do público. Atenção ao piso, cuidado com elevações e falsos degraus que podem provocar acidentes.
3) Pós- pandemia
Como todos os ambientes, também estes espaços ganharam mais notoriedade durante a Pandemia. Fundamental que os projetos possam contemplar áreas bem ventiladas, espaços maiores a fim de evitar a proximidade entre os grupos, facilidade na limpeza e manutenção do ambiente.
4) Quarto
Os apartamentos devem possuir toda uma série de adaptações que se fazem necessária quando falamos de idosos, tais como: barras de segurança, espaços maiores para banho, botão de pânico para emergências, piso antiderrapante, sistema de fechamento de portas que permita o acesso em caso de urgência.
Enfim, são tantas as necessidades futuras de um público cada vez maior que lembramos que mais do que uma oportunidade, a arquitetura da longevidade é um pensar para todos nós.