Mesmo com medidas de isolamento(quarentena), projeção é que 111.000 pessoas devem morrer em São Paulo(SP) nos próximos 180 dias em decorrência do coronavírus.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta segunda-feira, 06/04, a prorrogação da quarentena como prevenção contra o coronavírus, decretada em 24 de março em todo o Estado, por mais 15 dias, até 22 de abril. Ele também afirmou que a Polícia Militar está autorizada a agir, se necessário, para evitar aglomerações. “Primeiro, com orientações”, disse. “A segunda etapa conta com medidas coercitivas podendo penalizar as pessoas com penas previstas em lei, que podem inclusive levar à prisão”, afirmou. “A orientação é aumentar o rigor. Se houver necessidade de mais medidas restritivas não teremos hesitação em fazer”.
São Paulo tinha até esta segunda ao menos 4.620 casos confirmados e 275 mortes notificadas em decorrência do coronavírus. Dos confirmados, 572 pessoas estão na unidade de terapia intensiva (UTI). Segundo o secretário de Saúde do Estado, José Henrique Germann, o número de infectados no Estado poderia ser 10 vezes maior caso as medidas de isolamento social não tivessem sido decretadas. As projeções, ainda assim, são alarmantes: calcula-se que ao menos 111.000 pessoas morram no Estado em decorrência da doença nos próximos seis meses, número que poderia chegar em 277.000 sem a quarentena, de acordo com Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan.
Apesar de os números crescerem por todo o país, neste domingo, São Paulo registrou uma manifestação de cerca de 200 pessoas que se aglomeraram na avenida Paulista e depois foram até a Assembleia Legislativa do Estado pedir pelo fim da quarentena. Somou-se a isso o alto movimento em praças e ruas na capital. No início da entrevista coletiva desta segunda, o governador novamente criticou aqueles que são contra o isolamento social, que têm como figura principal o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). “Será que um único presidente da República no mundo é o certo?”, questionou o governador. Ainda no domingo, Bolsonaro participou de um jejum religioso e de uma roda de orações contra o coronavírus e não mudou de ideia sobre defender o fim da quarentena.
Doria respondeu também ao grupo que se manifestou contra ele no domingo e aos que apoiam o fim do isolamento. “Aqueles que incentivam a vida normal, aqueles que me pressionam para que possamos agir contra os nossos princípios e os da medicina. A eles eu pergunto: vocês estão preparados para assinarem os atestados de óbito dos brasileiros? Vocês estão preparados para carregarem os caixões com as vítimas do coronavírus? Vocês que minimizam a crise que estamos enfrentando, vão carregar as vítimas?”.
Créditos: VICTOR MORIYAMA / THE NEW YORK TIMES / CONTACTO.
Seguem proibidos de funcionar na quarentena em SP: Bares e baladas, restaurantes (exceto para delivery), hotéis, cabeleireiros e estabelecimentos de ensino.
E podem abrir: Indústrias, empresas de segurança, manutenção, limpeza e lavanderia; hospitais e clínicas odontológicas; farmácias, supermercados, transporte público, locadoras de carros, estacionamentos e aplicativo de transporte, feiras de rua, padaria, açougue, postos de gasolina, bancos, lotéricas, oficinas de automóveis, lojas de materiais de construção, bancas de jornais, empresas de jornais e pet shops.
Os estabelecimentos comerciais que desrespeitarem a quarentena e abrirem poderão ser lacrados — e não apenas multados, afirmou hoje o prefeito Bruno Covas (PSDB). “Na reincidência [a ordem] é cassar o alvará de funcionamento“, afirmou.
Fonte: El País