O mercado short stay – locação de imóveis por curta temporada – cresceu mais de 92% nos últimos anos e já movimenta cerca de R$ 7,7 bilhões no Brasil. Inclusive, algumas unidades chegam a faturar R$ 250 mil por ano. Os dados são da Investe SP.
Esse crescimento tem tudo a ver com mudanças no comportamento de quem busca moradia ou estadia: mais flexibilidade, menos burocracia e soluções prontas para usar. Por isso, plataformas como Airbnb e Booking.com impulsionaram esse movimento.
Se você nunca usou esses apps, provavelmente conhece alguém que já. Afinal, essas plataformas conectam quem precisa de um lugar prático para ficar a imóveis bem localizados, funcionais e bem equipados.
Diante disso, como o setor da construção civil pode se preparar para atender esse novo perfil de consumo? Quais os impactos e as oportunidades para incorporadoras e construtoras que buscam diversificar seu portfólio com inteligência?
É sobre isso que falaremos a seguir. Continue a leitura e acompanhe:
- O que é um contrato de short stay?
- Diferença entre short stay e long stay
- Por que o mercado da construção deve ficar de olho no short stay?
O que é um contrato de short stay?
O short stay é um tipo de aluguel por temporada, com contrato mais simples, direto ao ponto. Ele é válido por até 90 dias, conforme a Lei do Inquilinato (Lei n.º 8.245/91). Ou seja, é como se fosse um “meio-termo” entre alugar um apartamento e se hospedar num hotel, só que com mais autonomia, conforto e agilidade.
Os apartamentos short stay costumam ser compactos, mobiliados e equipados com tudo que o morador precisa: geladeira, fogão, internet, utensílios e cafeteira. O proprietário pode alugar o mesmo imóvel várias vezes no ano, com alta rotatividade. E o morador só paga pelo período que vai usar.
Diferença entre short stay e long stay
Ambos são formas de locação por tempo determinado, mas com características, objetivos e públicos diferentes:
Short stay
- Duração – até 90 dias, conforme a Lei do Inquilinato (Lei nº 8.245/91);
- Perfil do imóvel – totalmente mobiliado, com itens essenciais (eletros, utensílios, Wi-Fi, etc.);
- Serviços incluídos – limpeza, manutenção e atendimento automatizado são comuns;
- Flexibilidade e praticidade – não exige fiador ou garantias tradicionais na maioria dos casos;
- Público-alvo – profissionais em trânsito, estudantes em cursos curtos, pessoas em mudança ou reforma;
- Modelo sob demanda – o usuário paga apenas pelo tempo que precisa;
- Rentabilidade para o investidor – maior rotatividade gera retorno mais acelerado e versátil.
Long stay
- Duração – acima de 90 dias, regida por contrato de locação convencional;
- Perfil do imóvel – geralmente desocupado ou com poucos móveis (ex: armários planejados);
- Menos serviços embutidos – o morador assume a manutenção e despesas recorrentes;
- Público-alvo – pessoas em fase de estabilidade, mudança familiar ou profissional de médio prazo;
- Modelo tradicional – exige garantias como fiador, caução ou seguro fiança;
Rentabilidade – mais estável, com menor rotatividade e gestão menos intensa.
Por que o mercado da construção deve ficar de olho no short stay?
O short stay atende a um público que valoriza praticidade, flexibilidade e boa localização. Veja por que este modelo está chamando a atenção de construtoras inovadoras.
Rentabilidade acima da média
O short stay pode trazer muito lucro quando bem estruturado. Isto é, ao reduzir a vacância e permitir rotatividade com diária média mais alta, o short stay entrega retorno superior ao aluguel tradicional.
Afinal, a Airbnb registrou lucro de US$ 461 milhões no quarto trimestre de 2024. O resultado foi impulsionado por alta demanda e ocupação consistente, mesmo em mercados maduros. Isso mostra que, quando bem operado, o modelo é financeiramente sólido.
Alta ocupação em imóveis bem localizados
Imóveis próximos a polos corporativos, hospitais, universidades ou centros urbanos tendem a ter demanda constante. Vale prestar atenção nisso para tirar melhor proveito do modelo short stay. Segundo Allan Sztokfisz, CEO do Charlie,
“Na pandemia, enquanto hotéis tinham ocupação baixíssima, o Charlie manteve 90% de ocupação, entregando o melhor custo-benefício”.
Ou seja, o short stay se mostrou mais resiliente que a hotelaria tradicional, mesmo em cenários de crise.
Mudança no comportamento do consumidor
Os dados trazidos sugerem que morador ou hóspede de hoje quer menos burocracia e mais serviço. Além disso, ele está disposto a pagar mais por conveniência: Wi-Fi, mobília, limpeza e localização viram diferenciais.
Quer dizer, o short stay está para o mercado imobiliário como o Uber está para a mobilidade, entende?
Novas formas de planejar empreendimentos
Empreendimentos com unidades menores, bem equipadas e com serviços embutidos se tornam atrativos tanto para locatários quanto para investidores.
Além disso, espaços flexíveis, metragens otimizadas e soluções híbridas (long + short stay) ampliam o mercado-alvo de um mesmo edifício.
Por exemplo, você pode investir em um prédio com studios voltados para short stay nos primeiros andares e unidades maiores para long stay nos superiores. O mesmo ativo, dois perfis de receita.
Alinhamento com inovação e tendências globais
Incorporadoras que buscam modelos mais dinâmicos e adaptáveis ao uso urbano encontram no short stay uma forma de inovar sem abrir mão da rentabilidade.
Nesse sentido, empresas como a Hilti, referência em soluções construtivas e tecnologia para obras, são parceiras para garantir agilidade e qualidade na execução desses projetos.
Conclusão
Como você viu, o short stay é uma oportunidade para o mercado da construção civil inovar e diversificar seus negócios. Com alta rentabilidade, flexibilidade e atendimento às novas demandas dos consumidores, esse modelo promete transformar o jeito de pensar empreendimentos imobiliários no Brasil.
E aí, será que sua próxima obra já está preparada para esse novo jeito de morar?
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