Toda semana estamos falando sobre a questão do custo de insumos e seu impacto no crescimento da Construção Civil(setor). Além de todas os pontos levantados, já surge no horizonte mais um fator: a crise hídrica que provoca aumento de energia.
A fim de buscar uma solução, setores da construção civil se reuniram com o Ministro Paulo Guedes a fim de discutir a redução de tarifas para o aço.
Segundo o presidente do Secovi- SP, Basílio Jafet, nos últimos 12 meses o Índice Nacional da Custo da Construção (INCC) subiu 15%. Ele disse que o aço é um dos componentes com maior participação no índice.
“Os reajustes são constantes no país e o pleito é a redução da alíquota do Imposto de Importação para ter mais igualdade no mercado brasileiro”, disse Jafet. Atualmente, a alíquota é de 12%.
Algumas entidades da construção civil se reuniram com o ministro da economia, Paulo Guedes, ontem, para falar da situação do setor, que além do aumento dos preços, ainda não está com o fornecimento de aço regularizado.
De acordo com o presidente da Cooperativa da Construção Civil do Estado de Santa Catarina (Coopercon-SC), José Silvio Ghisi, o preço do aço importado da Turquia sai em média a R$ 6,5 o quilo, isso contando a nacionalização e a logística do porto à obra. E as siderúrgicas no país cobram, pelo mesmo quilo do produto, R$ 7,5, diz.
Por causa desse custo a cooperativa vem estruturando compras de aço turco neste ano. Já chegaram ao país duas remessas de produtos siderúrgicos, uma de 14 mil toneladas no primeiro trimestre e outra de 20 mil toneladas prevista para desembarcar no Brasil em julho. “Há ainda espaço para mais duas cargas até o final do ano, de cerca de 20 mil toneladas.
Em maio, as importações de aços longos, segundo o Aço Brasil, somaram 153,15 mil toneladas ante as 44,48 mil toneladas compradas no exterior no mesmo mês de 2020. Com isso, a participação do produto importado no consumo aparente passou de 7% para 14,6%.
Marco Polo Lopes, do Aço Brasil, rebate que o setor da construção é o único dos consumidores que falam em redução de alíquotas para importar. “As importações já vêm ocorrendo livremente, por Santa Catarina, onde há isenção de 8% do ICMS. Retirar a tarifa de importação é tirar o mínimo de proteção que o setor tem ante seus concorrentes no mundo”.
Uma discussão que só está começando! Vamos ficar atentos.
Fonte: Valor Econômico