A expansão de investimentos no setor de saneamento básico tem gerado preocupação, por conta de possíveis gargalos nas redes de fornecedores e prestadores de serviços. Para analistas, o cenário – já afetado pela crise global nas cadeias de suprimentos – tende a se agravar. Além da onda de concessões, as estatais estão pressionadas a ampliar investimentos para atender as metas de universalização do novo marco legal.
Estudo do BNDES aponta potencial gargalo no fornecimento de tubos de ferro fundido, tubos de PVC e resina de PVC. Entre empresas, a percepção é de já faltarem itens, como ácido clorídrico e ácido sulfúrico, usados no tratamento de água e esgoto. A associação de materiais para saneamento diz que não vê alta de pedidos e que o setor planeja expandir
A dúvida é se a oferta de alguns materiais, e mesmo de mão de obra, irá acompanhar esse aumento de demanda. Em alguns produtos, o problema é considerado maior devido à concentração da cadeia de fornecedores.
O mapeamento classificou como “inconclusivo” o risco na oferta de produtos químicos. Porém, entre empresas do setor, a percepção é que já existe escassez de certos itens, como ácido clorídrico e ácido sulfúrico, usados no tratamento de água e esgoto.
No caso da resina de PVC (formada por cloro e eteno), um dos itens considerados mais críticos, o mercado coloca como um fator de preocupação a concentração da indústria. Hoje, apenas Unipar e Braskem são fornecedoras.
A Asfamas (Associação Brasileira de Materiais para Saneamento), que representa a cadeia de tubulação, também afirma que ainda não vê um aumento dos pedidos, e que o setor planeja expandir a produção, mas em um ritmo coordenado com o avanço dos investimentos.
Um segmento que já tem visto alta na demanda são os fabricantes de medidores, uma vez que uma das primeiras medidas das novas concessionárias é a troca dos hidrômetros que acaba trazendo um ganho de receita
A cadeia industrial é o que mais preocupa, mas o mercado também enxerga a necessidade de apoiar prestadores de serviço, como construtoras.
Por conta da escassez de crédito para o setor, já que o perfil das empresas são médias construtoras, que normalmente não tem acesso a linhas do BNDES e Caixa por conta de sua estrutura.
A fim de viabilizar este setor, algumas empresas de investimento já criaram linhas específicas para auxiliar estas construtoras na viabilização dos projetos.