Mais de 85% dos profissionais da área geraram propostas na quarentena, impulsionadas por readequação dos espaços de convivência residenciais e corporativos. Enquanto o nível de atividade da economia encolheu durante a pandemia da Covid-19, e o mercado já projeta um Produto Interno Bruto (PIB) em queda de mais de 6% para 2020, a quarentena tem impulsionado o segmento de arquitetura e design, conforme aponta pesquisa da Archademy, primeiro e o maior Market Network do setor no Brasil.
Estudo desenvolvido pela Construtech, “O impacto comercial da COVID-19 para Arquitetos e Designers de Interiores”, revela que mais de 85% dos escritórios geraram propostas no período de isolamento social. Destes, 33,3% desenvolveram entre 4 e 10 propostas durante a pandemia. Participaram da pesquisa 650 escritórios de todo o país.
A maior parte dos profissionais – e vale destacar que 92% são empresários, sócios ou autônomos de pequenos e médios escritórios – conseguiram se manter atuantes no mercado mesmo neste momento de crise, mas houve uma mudança no perfil das demandas no período, 44,3% dos escritórios receberam demandas diferentes das tradicionais, com propostas de adequação de ambientes à nova realidade advinda como reflexo da pandemia.
Enquanto o nível de atividade da economia encolheu em outros setores, a quarentena tem impulsionado o segmento de arquitetura e design. Créditos: Divulgação.
No segmento residencial, 59,5% das propostas pediam reformas no layout geral da casa. Ao todo, 77,5% dos escritórios receberam solicitações de projetos focados no lar. Dos pedidos, 50,5% abrangiam adaptação das casas para home office, enquanto 47,5% envolviam também adequação dos espaços de convivência da família e 21,5% incluíam reformatação do ambiente para crianças.
Já no ramo corporativo, a maior demanda por projetos esteve relacionada a mudanças nas relações de trabalho pós-covid. No total, 73,1% dos escritórios receberam pedidos de projetos para empresas, dos quais 29,7% pediam readequação de layout para respeitar o distanciamento social, 26,6% precisavam reformatar o ambiente, que ficou menor com a pandemia, e 18,8% queriam adaptar o layout para atender à rotatividade advinda do home office.
“Há um aumento nas alternativas para recorrência de projetos durante a crise, com novos serviços, principalmente aqueles cujo processo seja majoritariamente digital. Porém, o ticket médio dos projetos tende a diminuir, visto o cenário de crise econômica que estamos vivenciando”, analisa Raphael Tristão, CEO da Archademy. “Isso vai aumentar a necessidade dos escritórios otimizarem seus processos e reduzirem custos, para que possam aumentar o volume de serviços prestados por mês. Capacidade de prospecção ativa também será essencial para os escritórios daqui para frente”, complementa.
Segundo revelou a pesquisa, 65,9% dos escritórios estão investindo em posicionamento nas redes sociais e 23,2% estão apostando em mídia digital paga. Para o longo prazo, Tristão projeta que o crescimento da presença digital será um divisor de águas no mercado.