As vendas líquidas consolidadas das incorporadoras de capital aberto caíram 1,2%, no terceiro trimestre, na comparação anual, para R$ 7,59 bilhões, indicando uma queda no ritmo de vendas do mercado.
Levantamento realizado pela Valor analisou os dados das seguintes incorporadoras: Cury, Cyrela, Direcional, Even, EZTec, Gafisa, Helbor, Inter, Lavvi, Melnick, Mitre, Moura Dubeux, MRV&Co, PDG, Plano&Plano, RNI, Rossi, Tecnisa, Tenda,Trisul e Viver.
Fica claro uma pequena desaceleração das vendas no período quando se compara que, no acumulado de janeiro a setembro, o indicador cresceu 30%, em relação ao mesmo intervalo de 2020, para R$ 22,94 milhões.
Os lançamentos aumentaram 25%, no trimestre, para R$ 10,4 bilhões e tiveram incremento de 60%, em nove meses, para R$ 26,91 bilhões.
Durante a divulgação dos balanços, a maior parte das incorporadoras sinalizou que deve cumprir suas metas de lançamentos para o ano, mas não é o que analistas esperam, o mercado acredita que lançamentos de maior porte deverão ser postergados para o próximo ano.
Comenta-se que o valor geral de vendas (VGV) a ser lançado pelas companhias do setor listadas em bolsa deverá ser, no próximo ano, semelhante ou até menor do que o apresentado ao mercado neste ano.
Desde o segundo semestre de 2018 falava-se em crescimento do setor, mas começa a haver sinalizações de arrefecimento do segmento de média e alta renda, indicando uma possível estabilidade no mercado.
A questão do aumento de juros também é outro fator que impacta o crescimento das vendas, uma vez que, apesar de não haver falta de crédito imobiliário no mercado, o cenário não é tão favorável para os novos compradores.
Outro reflexo da alta dos juros é a queda expressiva da participação de investidores na aquisição de imóveis, responsável pelo crescimento expressivo do setor em 2019 e 2020.
No geral o ano deve terminar com um saldo positivo no mercado imobiliário.
Fonte: VALOR
