O uso de soluções Building Information Modeling (BIM) no planejamento e gestão de obras brasileiras cresceu no último ano. É o que informa a pesquisa Cenário Construtivo Brasileiro 2023, realizado pelas empresas Thórus Engenharia e Otus Engenharia, que nesta 4ª edição teve a participação de 281 empresas, com mais de 50% dos consultados sendo sócios-proprietários
Produzido com o apoio da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI); BIM Fórum Brasil; Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Construção (ABRAMAT); e Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC), o levantamento anual teve seu resultado divulgado essa semana e revelou que 64% das 264 incorporadoras e construtoras pesquisadas informaram que empregam a referida tecnologia no planejamento dos seus empreendimentos – um aumento de 6% em relação ao resultado de 2021.
“Desde 2019, acompanhamos de perto as transformações do setor de construção e incorporação brasileiro. Esse mapeamento nos permite ter uma compreensão atualizada, acompanhar os avanços e desafios, acessar um benchmark completo do mercado nacional. Isso nos auxilia a tomar decisões baseadas em dados, melhorar a qualidade dos serviços prestados e produtos oferecidos em toda a cadeia da construção”, afirma o CEO da Thórus Engenharia, Cristiano Schneider.
Opinião uníssona entre as empresas usuárias do BIM, 90% declararam que o uso da referida solução reduziu os problemas de incompatibilidades entre os diversos projetos executivos do empreendimento – apontado por construtoras e incorporadoras como o principal problema enfrentado nas obras, seguido pela falta de informações e detalhes nas pranchas.
Benefício também pontuado por mais de 40% das empresas pesquisadas, a redução no tempo dedicado ao planejamento dos empreendimentos possibilitou o desenvolvimento de projetos em menos de 6 meses, desde a concepção arquitetônica até a liberação para a obra, com 60% das empresas declarando estarem entregando suas obras no prazo ou antecipadamente.
Desafio ainda muito presente no mercado, a escassez de projetistas BIM com conhecimento técnico para propor soluções eficientes, foi apontada por 60% das empresas como uma das principais dificuldades para transição e utilização da tecnologia.
No quesito gerenciamento de obra, constatou-se que três em cada quatro empresas optam por fazê-lo internamente, porém, mais de 70% afirmaram não utilizar plataformas específicas para gestão de projetos, atividades ou compartilhamento de dados, fato este que, talvez contribua para o indicativo de que apenas 20% dos entrevistados conseguem entregar a obra dentro do orçamento previsto inicialmente. Considerando um cronograma médio de execução de pelo menos três anos, a inflação acima de 50% registrada no custo construção civil entre 2020 e o primeiro trimestre 2023 repercute de grande modo neste indicador.
No aspecto qualidade, 42% das empresas afirmaram não possuir um sistema de gestão de qualidade refletindo nos custos pós-obra, com 30% dos entrevistados respondendo ter gastos acima de 2,5% do custo total da obra com retrabalhos.
Buscando ampliar o número de empresas e profissionais adeptos ao BIM, a ABDI possui iniciativas que contribuem, desde 2017, para difundir o uso da referida tecnologia na indústria da construção brasileira.
“Somado aos esforços de diferentes agentes do setor, estamos avançando na difusão do conhecimento em BIM, no uso dessa ferramenta, e consequentemente impulsionando a competitividade das empresas”, afirma Leonardo Santana, agente de Produtividade e Inovação da ABDI.
No total, empresas de 23 estados brasileiros contribuíram para o levantamento. Foram coletados dados estratégicos e operacionais divididos em seis áreas principais: Projetos, BIM, Gerenciamento de Obras, Norma de Desempenho, Tecnologia e Inovação, e Mercado Imobiliário.
O relatório completo da pesquisa está disponível para download no site oficial:
Fonte:
Assessoria de Imprensa ABDI