É muito fácil para qualquer pessoa andar por grandes cidades e ver um verdadeiro cemitério de obras públicas inacabadas. A questão é o custo que estes atrasos geram e o aumento de verba necessário para finalização.
A expressão “labirinto das obras públicas”, cunhada pelo engenheiro José Eduardo Guidi, é reveladora da incapacidade do Estado em sanear o gravíssimo problema das obras paralisadas no Brasil.
Os números impressionam: atualmente, mais de quatorze mil obras públicas estão inacabadas, segundo dados do Tribunal de Contas da União- TCU. A grande maioria delas está com a execução suspensa, à espera de uma solução governamental. O tema tem atraído a atenção do governo federal e algumas iniciativas foram implementadas, mas, na prática, pouco se avançou com a superação do problema.
Estima-se que a descontinuidade da execução destas obras produza um impacto agregado relevante na economia, com potencial de bloquear, no curto prazo, o equivalente a R$ 115,1 bilhões, e um ganho duradouro no longo prazo da ordem de R$ 42,4 bilhões por ano, segundo a CBIC.
Embora seja difícil precisar a causa prevalente da descontinuidade destas obras, já há sinais de que elas se originam principalmente de projetos falhos e mal elaborados e da interrupção no fluxo orçamentário e financeiro para viabilizar o cumprimento das obrigações de pagamento.
Um outro ponto que poderia facilitar a redução do acervo de obras inacabadas passa por decisões burocráticas e muitas vezes complexas que necessitam de um engajamento dos governos e instituições para buscar uma solução possível para a retomada da execução dos contratos.
Fato é que, como estamos em um ano eleitoral, sabemos que muitas destas obras irão recomeçar para servir de vitrine para seus candidatos. A questão é que não podemos esperar a cada 04 anos para que os projetos licitados e até mesmo iniciados, saiam do papel.
Fonte: Jovem Pan