O mercado de nômade digital vem impulsionando uma série de mudanças, entre elas o crescimento do conceito de moradia sob demanda, que propõe um novo jeito de morar com soluções tecnológicas e serviços sob medida para as necessidades dos clientes, começa a se consolidar no Brasil e vem despertando o interesse de investidores internacionais, por conta da estabilidade do dólar.
Conhecido como Build-to-Rent (BTR, ou “Construir para alugar”, em tradução livre), esse mercado representa 80% do segmento de aluguel no setor imobiliário americano e por aqui, esse mercado se desenvolve especialmente no segmento multifamily, por meio de parcerias de empresas brasileiras com fundos internacionais.
Exemplo disto é a JFL Living, do grupo JFL Realty, que opera com dois fundos imobiliários, entre eles o JFL Living (JFLL11). Criada em 2015, a marca tem no portfólio 11 empreendimentos em operação com mais de 600 unidades disponíveis e ocupação média de 90%, e outros 12 em negociação.
O investimento global é de R$ 1 bilhão. Carolina Burg Terpins, CEO da JFL Living, informa que até o fim deste ano serão inaugurados mais dois empreendimentos: o JFL Faria Lima, na Avenida Rebouças, e o JFL Nações Unidas (WTorre Carrefour).
Na avaliação dela, as perspectivas de crescimento são infinitas, e a tendência é de aumento significativo dos investimentos, especialmente com aporte de capital estrangeiro. “O setor imobiliário tem passado por transformações na oferta de moradia nos últimos tempos, e, para o investidor estrangeiro, é importante firmar parcerias com empresas que conheçam efetivamente o mercado local”, diz Carolina.
Do ponto de vista financeiro, observa ela, a opção por moradias do conceito multifamily pode ser ainda mais vantajosa, pois, além do valor do aluguel, inclui gastos com condomínio, IPTU e contas de luz e água e equipamentos mobliários e eletrodomésticos.
“Hoje é possível viver em um imóvel de alto padrão sem necessidade de adquirir o bem. Esse cliente procura localização estratégica e estar próximo daquilo de que precisa e gosta de fazer”, afirma.
Outro player do mercado BTR brasileiro, a SKR criou a marca Arquitetura Viva, em associação com o fundo canadense CCPIB Investments e a americana Greystar Partners. De acordo com Rubens Taragona, head de Asset e Property Management da SKR, três empreendimentos estão em desenvolvimento com foco nesse conceito. O VGV é de cerca de R$ 500 milhões.
O principal deles é o SAO 2222, localizado no coração da Avenida Rebouças, na região de Pinheiros, com previsão de entrega em dezembro de 2023. Com VGV estimado em R$ 210 milhões, o empreendimento terá apartamentos com áreas de 30 a 164 metros quadrados e um leque de serviços compartilhados: coworking, lavanderias, ferramentas e limpeza, entre outros.
Já atuando neste formato a Vitacon que criou a Housi, primeira plataforma de serviços de moradia onde é possível planejar o imóvel como investimento ou moradia, vem se solidificando no mercado como uma opção para este novo público.