Na última semana tivemos a realização da 5ª edição do Fórum Brasileiro das Incorporadoras Imobiliárias (INCORPORA), realizado pela pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC), que analisou perspectivas para 2023.
Logo na abertura do evento, um debate com a mediação do jornalista William Waack e a participação de Ricardo Gontijo, CEO da Direcional, Leandro Melnick, CEO da Even, e Diego Villar, CEO da Moura Dubeux.
Em debate o cenário político, sustentabilidade e acesso à renda são temas tratados com especial atenção pelos principais agentes do mercado imobiliário. CEOs de grandes incorporadoras acompanham com cautela o contexto atual, marcado por alta da Selic, eleições e confiança dos consumidores neste pós-pandemia. Mas a tendência é de otimismo para o próximo ano.
O “S” de ESG
Em um ambiente de negócios cada vez mais globais, os investidores internacionais estão demandando atenção maior das companhias atuantes do mercado imobiliário para aspectos relacionados à sustentabilidade. “Ao longo dos últimos anos, a relevância que tem se dado à questão ambiental é impressionante”, aponta Ricardo Gontijo.
“No futuro, as empresas que não têm esse cuidado não vão conseguir levantar capital para tocar as operações e, por consequência, podem falir”, alerta o CEO da Direcional ao defender que atores do mercado sejam rigorosos nas questões ambientais. “Nós, como sociedade, temos que caminhar nessa direção, independente do governo que for eleito.”
O posicionamento é compartilhado por Diego Villar, que destaca a incorporação imobiliária como uma atividade que pode atender critérios de governança ambiental, social e corporativa (ESG,na sigla em inglês). “Para fazer um prédio, a gente mobiliza quase 3 mil insumos”, pontua. “Hoje, não consigo pensar em nenhuma outra indústria que seja um vetor de crescimento urbano tão relevante quanto o mercado imobiliário.”
Ele sustenta que a incorporação, entre outros impactos, gera desenvolvimento, corrige eventuais problemas de saneamento e é o maior empregador da mão de obra menos qualificada no País.
Confiança em ascensão no mercado imobiliário
O levantamento mais recente da ABRAINC destacou o crescimento de 18% na venda de imóveis vendidos em território brasileiro. E o número foi puxado pelo aumento significativo de 103% nas vendas de residências de alto e médio padrão. Para Diego Villar, esse é um dos fatores que reflete o viés de melhora da confiança da população, que logo poderá observar efeitos práticos disso.
Os participantes do evento elogiaram muito a qualidade do evento, dos debates e principalmente a boa perspectiva para o próximo ano.