A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) divulgou o estudo “Construção Civil: desempenho 2021 e cenário para 2022”, com números que indicam desaceleração para o setor da construção no ano de 2022. Ainda que tenha apresentado crescimento de 7,6% em 2021 —o maior crescimento apresentado nos últimos dez anos —, a previsão é de que, durante o próximo ano, esse índice caia para 2%. O levantamento foi realizado pela entidade, em parceria com a Ecconit Consultoria.
A informação foi divulgada nesta segunda-feira (13) pela própria CBIC em um comunicado à imprensa. “No próximo ano o crescimento será sustentado pelo que já está contratado e, especialmente, pelo incremento de investimento em infraestrutura”, explica a entidade.
A expectativa se deu com base em uma projeção de crescimento do PIB, de 0,5% a 1%, e da Selic a 11,5% ao final de 2022, ainda levando em conta que, de janeiro a novembro deste ano, o Índice Nacional de Custo de Construção (INCC) subiu 13,46% — o maior patamar do indicador desde 2003.
Para a CBIC, não será possível manter o atual nível de crescimento do setor da construção se não forem tomadas medidas urgentes para repor a capacidade de compra das famílias de baixa renda — as maiores atuantes nesse quesito. Foi reiterado, também, que o setor permanece 27,44% inferior ao seu pico de atividades, alcançado no início de 2014.
Ela também acredita que o crédito imobiliário utilizando do FGTS — como entrada do financiamento, constituindo parte do pagamento, ou como valor total — apresentou declínio em 2021: tanto em valor financiado, que teve baixa de 14,1%, quanto em número de unidades financiadas, com queda de 17,05%. “Esses índices demonstram o impacto das famílias de mais baixa renda, onde está concentrado 90% do déficit [da habitação]”, complementou.
Outra preocupação apontada pela instituição foi a elevação nos preços que deve ser apontada pelo mercado imobiliário durante os próximos meses, principalmente depois de não registrar (e acumular) a alta de custos, que ainda não foram repassados para os valores dos imóveis. Para complementar, o INCC (Índice Nacional de Custo de Construção) de materiais e equipamentos também teve elevação de 42,25% durante o período da pandemia.
Fonte: CBIC