A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) revisou sua projeção para o crescimento do PIB do setor no ano, passando de 3,5% para 6%. No início de 2022, a entidade previa uma alta de apenas 2%.
O crescimento vem sobre uma base elevada, já que em 2021 o incremento no PIB do setor foi de 9,7%. Segundo a Cbic, será o segundo ano consecutivo de crescimento superior à economia nacional, o que não acontecia desde 2012 e 2013.
A revisão do PIB setorial integra o estudo “Desempenho Econômico da Indústria da Construção – terceiro semestre de 2022”, feito pela entidade e pelo Senai Nacional.
A construção vem registrando dados positivos desde o terceiro trimestre de 2020, já durante a pandemia, devido ao aumento das atividades do mercado imobiliário.
Nos últimos quatro trimestres, o setor teve um crescimento de 10,5% em seu PIB, ante 2,6% do indicador nacional.
“Com a pandemia, as famílias ressignificaram o valor da casa própria”, afirma Ieda Vasconcelos, economista da Cbic. “Os lançamentos imobiliários e vendas cresceram. Como o ciclo de produção é longo, ainda assistimos o incremento das atividades em função disso”, completa.
Vasconcelos ressalta, porém, que o setor ainda está longe de alcançar seu maior nível de atividade, registrado em 2014. Já contando o aumento de 6% no PIB da construção, a área ainda vai acumular queda de 21,59% no período de 2014 a 2022. No entanto, já superou em 12,5% o patamar de atividades do final de 2019, antes da pandemia.
“Temos muitos desafios pela frente, como dar continuidade aos programas habitacionais, deslanchar a infraestrutura, fomentar a infraestrutura de menor investimento e a reforma administrativa, entre outras medidas que podem incentivar o setor”, afirma José Carlos Martins, presidente da Cbic.
De janeiro a setembro, a construção civil registrou saldo positivo de 283.566 novas vagas de emprego com carteira assinada, melhor resultado para o período desde 2011. “Respondeu por 13,2% do total de novas vagas formais abertas no Brasil nos primeiros nove meses do ano”, diz Vasconcelos.
A pesquisa Sondagem da Construção, feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com apoio da Cbic, aponta que, em setembro, o “alto custo de matéria prima” deixou de ser o principal problema do setor, após 8 trimestres, e caiu para a terceira colocação. Agora, o que mais preocupa os empresários é a “elevada taxa de juros”, seguida pela “elevada carga tributária.”
Fonte: CBIC
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