A CashMe, fintech do grupo incorporador Cyrela,voltada ao crédito com garantia em imóvel, também conhecido como home equity, apresenta na última semana uma nova identidade visual e posicionamento.
Segundo Juliano Bello, co-fundador do negócio, após pouco mais de quatro anos de atividades, foi possível perceber que o público da fintech não é formado em sua maioria por jovens, como eles imaginavam que seria, e com ticket de financiamento de cerca de R$ 150 mil. O grupo que se destaca é o de maiores de 45 anos, com poder aquisitivo mais elevado, que emprestam, em média, R$ 350 mil. Por isso, os imóveis utilizados em garantia variam entre R$ 700 mil e R$ 10 milhões.
“A modernização da marca é para conversar diretamente com esse público”, afirma. Bello explica que o logo antigo da empresa era “jovial, com cara de startup”, e que agora a comunicação visual foi pensada para transmitir “mais seriedade” ao cliente.
Outra mudança é reforçar a utilidade que o home equity pode ter. “Brincamos que ninguém acorda de manhã e fala que vai tomar um home equity, temos que produzir isso, é o maior desafio [dessa modalidade de crédito] no Brasil, fazer o consumidor entender o que é esse produto”,diz.
Segundo o co-fundador, pequenos e médios empresários já são a maior parte dos clientes, e um dos objetivos da companhia é reforçar que o crédito pode ser usado para impulsionar negócios, além de resolver questões pessoais, como reformar imóveis.
A taxa do home equity varia conforme o cliente, mas fica, em média, entre 12% e 14% ao ano, mais IPCA.
Além do home equity, a CashMe também tem produto para financiar a construção de residências em condomínios, com foco no alto padrão, e crédito imobiliário pelo Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI).
Por ter nascido dentro da Cyrela e também ter executivos vindos de bancos, Bello afirma que a fintech é mais resiliente ao momento delicado pelo qual passam as startups, que têm apresentado cortes frequentes de pessoal. “Sabíamos que a crise iria chegar em algum momento e que poderia afetar o mercado imobiliário e o nosso mercado”, diz.
Ele ressalta que a CashMe não queimou caixa até agora, porque desde o início tinha que ser uma operação sustentável.
A companhia teve crescimento acelerado, como outras startups, passando de 100 para 350 funcionários em 20 meses, mas sua receita cresceu em proporção maior, diz Bello. “O momento é de muita atenção, seguramos novas contratações, mas não vamos fazer cortes.”
A CashMe fechou o primeiro trimestre com R$ 1,25 bilhão em sua carteira de crédito, e quer chegar a R$ 2 bilhões até dezembro.
Fonte: Valor