A Classe Média é considerada um dos grandes prospects dos bancos para o segmento de crédito imobiliário e a Caixa Econômica Federal conseguiu assumir a liderança neste segmento, enfrentando assim a grande concorrência dos bancos privados.
A estratégia considerada ousada foi desenhada depois de uma grande reestruturação interna para redução de custos. O Banco vendeu grande parte dos seus imóveis, reduzindo para apenas 96 prédios. Renegociação também entrou na pauta, quando o assunto eram os aluguéis que passaram por uma revisão, além de outros fornecedores. Outro foco foi a venda de ativos, como ações de empresas ou participação direta em outros negócios.
Fato é que até 2019, a maior parte dos contratos imobiliários dos bancos estava lastreada com o FGTS. O fundo costuma emprestar dinheiro para projetos de habitação. Na Caixa, ele financia programas do governo como o Casa Verde e Amarela e esta transição o coloca em uma posição de destaque ainda mais relevante.
Para assumir a liderança neste segmento a Caixa contou com o fato de ter uma enorme rede de atendimento com 1.500 municípios atendidos, além da ousadia de dar carência de 06 meses durante a pandemia, mesmo para novos contratos. E deu certo!
Hoje a CEF responde por quase 70% do mercado enquanto Itaú- Unibanco com 6% assume a vice-liderança.
E para o Mercado?
Para os empreiteiros, o banco flexibilizou o acesso às linhas de capital de giro. Antes, as construtoras precisavam comprovar ao menos 30% da execução das obras para ter direito à primeira rodada de crédito —que garante o restante da construção.
A Caixa decidiu liberar esse dinheiro mesmo com as obras a 10% e 20% de execução.
Para o presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), José Carlos Martins, isso foi o que segurou o mercado.
“Sem as linhas da Caixa e o avanço do banco no SBPE, muitas construtoras teriam fechado as portas”, afirmou.
Fonte: Folha