Mercado

A&E com muita sede de crescer

Saneamento

Dois anos depois do marco legal do saneamento, completados no mês passado, o setor de A&E ainda tem muito espaço para crescer.

Sozinho, o setor gerou quase 50 bilhões de reais de investimentos desde 2020 mediante a realização de 18 leilões. Apenas a concessão da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), realizada no ano passado, movimentou 31,2 bilhões de reais.

Uma das companhias com melhor aproveitado as oportunidades é a Aegea Saneamento. A maior empresa privada do setor, com 49% do mercado, começou suas atividades em 2010 operando em seis cidades. Hoje está presente em 154 municípios, de 13 estados, atingindo 21 milhões de pessoas. Em 2021, a receita líquida foi de R$ 2,9 bilhões, aumento de 27,1% em relação a 2020.

E ainda existe mais oportunidade de crescimento, já que no próximo ano, deverão acontecer outros sete leilões, com destaque para blocos de municípios no Ceará, em Alagoas e no Paraná, e para a prefeitura de Porto Alegre. Juntos, deverão gerar 16,4 bilhões de reais em investimentos, segundo a Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon).

Até 2033, deverão ser investidos 600 bilhões de reais no setor, segundo a entidade. Cerca de 408 bilhões de reais deverão seguir diretamente para a construção civil, conforme a Abcon.

Para um setor onde os investimentos se situaram ao redor de 12,5 bilhões de reais por ano entre 2015 e 2019, antes da aprovação do novo marco, as perspectivas são promissoras.

Perspectivas futuras

“O Brasil precisa de muita obra de saneamento, já que somos deficitários no setor em razão de um atraso histórico na ampliação do serviço”, diz Ilana Ferreira, superintendente técnica da Abcon. Ainda há muito a ser feito: cerca de 100 milhões de brasileiros não têm acesso a coletara coletar esgoto, e 35% da população não conta com água potável.

O marco regulatório do saneamento, aprovado em 2020, atraiu mais investimentos privados para o setor ao permitir a renovação automática de contratos entre prefeituras e companhias estaduais de sanea­mento apenas nos casos em que o município oferece 90% de cobertura no fornecimento de água potável e 60% em relação à rede de esgoto — menos de 10% das cidades brasileiras se enquadram nessas condições. Com isso, houve uma expansão de leilões.

Mesmo assim, falta um longo caminho a ser percorrido: o custo da universalização do saneamento chega a quase 900 bilhões de reais até 2033, segundo a Abcon. “O lado bom é que há muita obra a ser feita e empregos a serem gerados”, afirma Ferreira.

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