A Brookfield, empresa associada ao C3-Clube da construção civil, realizou durante a pandemia o maior plano de aquisições de prédios corporativos do Brasil. A empresa realizou a compra de 16 edifícios, a maior parte deles em São Paulo (11), um investimento de R$ 7,7 bilhões.
Em maio, a Brookfield concluiu a transação que envolveu 12 edifícios da BR Properties, avaliados em R$ 5,92 bilhões. E em dezembro, fechou o negócio de outros quatro prédios da Syn (antiga Cyrela Commercial Properties) por R$ 1,78 bilhão. Além das aquisições, a empresa tem mais quatro projetos em obras. Em dois anos, seu portfólio de edifícios saiu de 279,3 mil m² de área locável para 711,8 mil m², uma expansão de 155%.
A estratégia é considerada arriscada, já que o momento dos aluguéis corporativos não é tão favorável e ainda possui uma alta taxa de vacância em algumas áreas.
Segundo levantamento da consultoria Buildings, o resultado é que a taxa de vacância desses edifícios hoje está em 20,9% em São Paulo, um dos patamares mais altos já registrados pelo setor. Até o começo de 2020 (período anterior à pandemia), esse indicador era de 15,1%.
Roberto Perroni– CEO da Brookfield, em conversa com o Estadão/ Broadcast ,afirmou que a estratégia da empresa é simples: a empresa acredita no retorno aos escritórios e também no aumento dos aluguéis deste segmento, que estão praticamente estagnados, mas que já começam a voltar a crescer.
Uma das grandes apostas do empresário é no aquecimento da economia, que deve trazer novos inquilinos, por outro lado a empresa já começa a rever os valores de locação dos contratos antigos, reajustando alguns em até 35%.
Este é o caso do Syn, situado na Faria Lima, que vive um momento ideal com muita procura e pouca oferta de espaços. Outros imóveis também estão neste caminho, pois fazem parte da “wishes list” de várias empresas: Faria Lima Square, FL Financial Center, JK 1455 e Miss Silvia Morizono.
A Brookfield entende que a recuperação no setor será gradual, então o foco principal é pensar reformas e melhorias em alguns imóveis adquiridos, atrair inquilinos e trabalhar nos contratos em andamento. Outras aquisições não são prioridades, mas podem acontecer.
Vamos ficar atentos!
Fonte: Estadão