Mercado

Falta de mão de obra nos canteiros

mão de obra nos canteiros

O ano começa e a perspectiva do mercado é que a falta de profissionais qualificados continua aumentando.  Em contraste com a piora da economia brasileira, o setor de obras residenciais está crescendo aceleradamente e até sofrendo com a falta de mão de obra para trabalhar.

O problema, que já vinha sendo sinalizado como um possível funil para o crescimento do mercado, se tornou realidade e já é sentido nos canteiros espalhados pela cidade de São Paulo, onde há escassez de profissionais especializados, como carpinteiros, azulejistas e  mestres-de-obras .

A capital paulista teve recorde de lançamentos em 2021 e 2020. Em geral, as obras começam entre seis e nove meses após o lançamento, gerando assim uma explosão de novos canteiros sendo abertos nos terrenos onde antes havia estandes de vendas.

Vale destacar que a construção civil abriu 12,4 mil empregos com carteira assinada em novembro em todo o País, alta de 0,52% em relação ao mesmo mês do ano anterior e no acumulado de todo o ano até novembro, foram gerados 298,6 mil vagas no setor, alta de 14,18%.

Segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), Odair Senra, está começando a pipocar o número de casos em que um operário atravessa a rua para trabalhar na obra vizinha com uma remuneração 10% a 15% acima. Esse tipo de situação foi observado pela última vez na virada da última década, quando o mercado imobiliário deu um salto de crescimento. O “roubo de trabalhadores”, como essa prática é chamado no setor, já gerou um alerta do sindicato para que as empresas evitem a concorrência considerada excessivamente agressiva.

Esta prática, além de antiética, aos olhos do empresariado vai se refletir em aumento nos custos com salários. O dissídio do ano passado na capital paulista gerou um avanço de aproximadamente 10% para os trabalhadores do setor e com relação a estes números ontem o IBGE divulgou o índice SINAPI– Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi) que registrou uma alta de 18,65% em 2021. Em comparação a 2020, o índice subiu 8,49 pontos. É a maior taxa anual desde 2013.

As construtoras estão registrando mais ausências de funcionários nos canteiros, mas ainda não está claro se há relação com o aumento dos casos de covid-19. Segundo ele, é comum um nível maior de faltas a cada começo de ano, pois muitos operários costumam visitar parentes fora de São Paulo e demoram a retornar.

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