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Cortes do Programa Casa Verde Amarela

Casa Verde Amarela

Na semana passada o presidente Jair Bolsonaro sancionou o Orçamento 2021 e o que chama a atenção foi o corte de mais de 98% dos recursos destinados ao Fundo de Arrendamento Residencial(FAR), que financia as obras da faixa 1 do antigo Minha Casa Minha Vida, hoje chamado de Casa Verde e Amarela.

Anunciado no final de 2020 com grande repercussão pelo Governo, o novo programa habitacional que tinha um orçamento inicialmente previsto pelo Congresso, de R$ 1,540 bilhão, foi praticamente zerado, chegando a R$ 27 milhões — uma redução de R$ 1,513 bilhão, ou 98,2%. O corte gigantesco acontece justamente na faixa do programa voltada às famílias de baixa renda, que ganham até R$ 1,8 mil.

O mercado reagiu com desconforto, pois esse é apenas mais um dos problemas, somado a toda uma série de problemas que já estamos acompanhados como falta de insumos e aumento dos preços do aço, entre outros, acabaram por diminuir a confiança do Brasil.

A indústria da construção que iniciou 2021 com expectativa de crescer 4% no ano, o que corresponderia à sua maior alta desde 2013, reduziu a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB – soma de toda a riqueza produzida) do setor para 2,5% em 2021.

No ano passado, o PIB da indústria da construção foi negativo em 7%. Enquanto no primeiro trimestre de 2020, o PIB caiu 1,6%, no mesmo período desse ano a queda deve ser em torno de 0,8% a 1%.

A entidade trabalha junto ao Congresso Nacional para encontrar algum espaço para ajudar o setor e reverter essa situação. Além do corte no programa Casa Verde e Amarela, a questão dos insumos por conta dos contratos a preço fixo também está na pauta das discussões.

Todo este cenário e avaliações foram apresentadas ontem pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Para o presidente da entidade, José Carlos Martins, não há perspectiva de mudança nesse cenário.

O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, José Carlos Martins, afirma que o país corre o risco de ficar com construções incompletas. “Ninguém cortou futura obra, futuro contrato, cortou o que está andando. E não é que cortou metade, 30 ou 40%, cortou quase 100%. São obras antigas ou contratados de retomada de obras que já pararam por falta de pagamento”, relata. A esperança do setor é que isto seja revertido nos ajustes do Orçamento.

O presidente da CBIC explica que são obras em andamento de 217 mil unidades habitacionais, que empregam em torno de 250 mil trabalhadores diretos. São empreendimentos contratados há bastante tempo ou que já haviam sido paralisados no passado justamente por falta de pagamentos e agora retomados.

Continuaremos acompanhando e torcendo por boas notícias!

Fonte: Agência Brasil

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