Personalizar preferências de consentimento

Utilizamos cookies para ajudar você a navegar com eficiência e executar certas funções. Você encontrará informações detalhadas sobre todos os cookies sob cada categoria de consentimento abaixo.

Os cookies que são classificados com a marcação “Necessário” são armazenados em seu navegador, pois são essenciais para possibilitar o uso de funcionalidades básicas do site.... 

Sempre ativo

Os cookies necessários são cruciais para as funções básicas do site e o site não funcionará como pretendido sem eles. Esses cookies não armazenam nenhum dado pessoalmente identificável.

Cookies funcionais ajudam a executar certas funcionalidades, como compartilhar o conteúdo do site em plataformas de mídia social, coletar feedbacks e outros recursos de terceiros.

Cookies analíticos são usados para entender como os visitantes interagem com o site. Esses cookies ajudam a fornecer informações sobre métricas o número de visitantes, taxa de rejeição, fonte de tráfego, etc.

Os cookies de desempenho são usados para entender e analisar os principais índices de desempenho do site, o que ajuda a oferecer uma melhor experiência do usuário para os visitantes.

Bem, sem cookies para exibir.

Os cookies de anúncios são usados para entregar aos visitantes anúncios personalizados com base nas páginas que visitaram antes e analisar a eficácia da campanha publicitária.

Colunistas Daniel Toledo

Transformação BIM: uma jornada além da tecnologia (parte I)

transformação BIM

Neste primeiro artigo de uma tríade, compartilho o processo de análise e decisão que conduzimos na Königsberger Vannucchi Arquitetura ao iniciarmos  nossa transformação BIM em 2017.

Foram seis estudos de investimento, realizados entre os anos de 2013 e 2017, até o dia em que finalmente o plano virou uma iniciativa. Era setembro de 2017 e acabávamos de começar aquele que seria o mais importante, transformador e arriscado investimento do ciclo estratégico KV2020: adotar o BIM como padrão do escritório, em 100% dos projetos, ao longo de 100% do ciclo de vida dos projetos.

À primeira vista, o contexto para este investimento não parecia muito atraente: os clientes ainda não exigiam o BIM, boa parte da cadeia de projeto – assim como nós – mantinha fluxos e entregáveis “não-BIM” e, por fim, estávamos em um momento de economia anêmica – ou seja, mobilizar recursos para este investimento não seria tarefa fácil.

Para nossa surpresa, ao aprofundar os estudos de investimento, o contexto começou a se revelar bastante propício para uma iniciativa deste vulto e impacto organizacional, como veremos a seguir: 

transformação BIM
Início projeto BIM Escola Carandá Vivavida. Foto: Divulgação.

 

Os clientes ainda não exigiam o BIM: esse seria o momento ideal para desenvolver nossa curva de aprendizado. Ou seja, teríamos que manter a qualidade de entrega final (documentos) enquanto a metodologia BIM (fluxo de trabalho, templates, planos de execução, diretrizes de modelagem, etc) teria tempo para amadurecer. Acreditávamos que antecipar a demanda seria crucial para nos mantermos relevantes no futuro, afinal quando o cliente quer, ele quer “agora”.

transformação BIM
Atualmente, 9,2% das empresas do setor da construção utilizam o BIM em suas rotinas de trabalho. Projeto BIM Escola Carandá Vivavida. Foto: Divulgação.

O processo de projeto ao longo da cadeia era majoritariamente não-BIM: em um período de transição tecnológica poderíamos nos beneficiar de um ambiente menos complexo ao abordar exclusivamente a mudança do projeto de arquitetura, antes de enfrentar a mudança integral nos fluxos de integração dos projetos. Os testes, pilotos e estudos nos mostraram que haveria grande valor, para nossos clientes, o projeto de arquitetura ser BIM, ainda que em um primeiro momento as demais disciplinas não o adotassem.

transformação BIM
Imagem frontal, projeto BIM Escola Carandá Vivavida, previsão de entrega: 2021.

O cenário de crise econômica, que teve seu ponto de mínima em 2016, começava a mostrar uma tímida recuperação. Ao avançarmos em nossos estudos de investimento, ficou evidente que a nossa dificuldade em disponibilizar recursos do orçamento para investir poderia ser compensada por menores custos e melhores condições para realizar o investimento. A demanda, ainda em recuperação, permitiria que a organização enfrentasse essa grande mudança dispondo de mais tempo e de um ambiente um pouco mais sereno quando comparado aos momentos de forte retomada da demanda do mercado.

Decidimos investir a partir desta leitura do cenário, complementada pela identificação de que àquela altura: (i) a tecnologia BIM estava madura, (ii) que a tecnologia de hardware já permitia ter desempenho a custos razoáveis e, em especial, (iii) que estava formada uma massa crítica de profissionais altamente capacitados nesta nova metodologia, atuante e disponível em nosso mercado – com grande louvor para os profissionais que se anteciparam a esta tendência e ao corpo docente de nossas universidades que estabeleceu excepcionais programas de pós-graduação orientados a este tópico.

Passados pouco mais de dois anos após a decisão de fazer este que foi o mais importante, transformador e arriscado investimento do ciclo estratégico KV2020, cumprimos todas as nossas metas de adoção da tecnologia estipuladas para este biênio. Ao final de dezembro de 2018 atingimos a meta de 100% dos projetos do escritório em BIM. Em janeiro de 2019, cinco meses antes do programado, atingimos a meta de 100% do ciclo de vida dos projetos em BIM – desde a concepção ao projeto executivo liberado para obra.

Atualmente, 20% dos projetos do escritório estão sendo desenvolvidos, coordenados e compatibilizados em BIM pelas principais disciplinas de projeto, inclusive para orçamento e planejamento de obra. Em fevereiro de 2019 teve início a primeira obra que contou com o projeto desenvolvido em BIM, hoje já são oito em andamento.

Como abordado na coluna anterior, o timing neste caso foi crucial. Houve um tanto de sorte, claro. O que desejo compartilhar com o leitor é que técnicas de gestão podem nos ajudar a encontrar estes momentos, que ficam entre o certo e o incerto. Por isso digo que foi o mais arriscado dos investimentos, já que só descobrimos se o timing foi correto ou não, após transcorridos alguns anos da decisão.

Já em 2020, ao revisitarmos as mesmas três dimensões do contexto que avaliamos em 2017, o leitor irá notar que a janela de tempo vantajosa para a adoção do BIM está se fechando. Os clientes começam a exigir o BIM, a cadeia já está muito mais madura e o cenário econômico é de reaquecimento. O que isso significa? Que a cada dia fica mais caro, mais complexo e mais exigente (por parte do cliente e da cadeia) a transformação BIM nas organizações. Na próxima coluna desta série irei abordar como planejamos e executamos a transformação BIM (people alert!).

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.