Nesta semana teremos um momento muito aguardado no mercado do Saneamento Básico: o leilão da CEDAE.
Para quem conhece um pouco da história, sabe que o processo não foi assim tão fácil e só está acontecendo por conta do acordo realizado anos atrás entre o Governo Federal e o Estado do Rio de Janeiro para solucionar um problema gigantesco da dívida daquele Estado.
No acordo a CEDAE entrou como a joia da coroa e o BNDES realizou um trabalho de estudo para garantir a melhor forma de privatizar a empresa. O leilão de concessões dos serviços de distribuição de água e coleta e tratamento de esgoto da Cedae engloba 35 municípios fluminenses, distribuídos em quatro blocos. O investimento total previsto ao longo de 35 anos de concessão está estimado em cerca de R$ 30 bilhões
“No acordo a CEDAE entrou como a joia da coroa, ficando o BNDES a cargo de elaborar um modelo que atendesse a expectativa de todos “
Os casos de Embasa e da própria Cedae na década de 90 até que caminharam mas morreram na praia. Proselitismo político, posicionamento equivocado da Igreja principalmente na Bahia, corporativismo alimentado por fake news prestaram no meu entender, um desserviço ao país.
A sociedade evoluiu, pois, temos uma visão mais madura de que a universalização dos serviços depende dos setores público e privados a partir de modelos sustentáveis.
Apesar de algumas mazelas que ainda ocorrem em Brasília, estou certo que o leilão do próximo 30/4 se ocorrer, será um divisor de águas:
AC antes da CEDAE e DC depois da CEDAE
Vamos aguardar, mas alerto que duas questões merecerão análise específicas:
-Perfil dos concorrentes principalmente no tocante a participação internacional
-capacidade do setor em buscar mão de obra qualificada pois estima-se a necessidade de aproximadamente 50mil novos empregos, ou seja, acréscimo de quase 20%no efetivo do setor.
Vale a pena esperar o dia 30 de abril, pois se o leilão ocorrer teremos um DC cheio de desafios.