Roberta Bigucci

Gentilezas Urbanas: o elo essencial entre ESG e a qualidade de vida nas cidades

Em um mundo cada vez mais consciente da urgência da sustentabilidade, nós percebemos que essa urgência não é mais uma tendência, ela é quase uma pendência, como eu costumo dizer.

A sigla ESG (Ambiental, Social e Governança) se consolidou como um norte para as empresas e para a sociedade, mostrando a importância de práticas mais responsáveis. No entanto, muitas vezes, a dimensão “Social” pode parecer muito subjetiva e difícil de mensurar.

Programa Gentilezas Urbanas

Foi pensando nisso que, em 2013, o Secovi-SP, sob a gestão do então presidente Claudio Bernardes, lançou o Programa de Gentilezas Urbanas. O objetivo principal era despertar a atenção para as ações de solidariedade e respeito no dia a dia das cidades, com foco nas pessoas que vivem no entorno das obras e da urbanização, buscando melhorar a convivência nos espaços públicos.

Dando uma olhada no histórico desse Programa, que tive a oportunidade de coordenar desde o início, relembrei de projetos como o concurso fotográfico (em parceria com o site Catraca Livre) que registrou imagens incríveis da cidade, além da implementação dos inovadores parklets (extensões temporárias de calçadas que substituem vagas de estacionamento por espaços de convivência e lazer para pedestres).  

Percebi que o Programa “Gentilezas Urbanas” não foi um gesto isolado, mas sim uma conexão essencial com os pilares do ESG, especialmente com o elo Social, que muitas vezes é considerado subjetivo e difícil de mensurar.

O S do ESG no Programa Gentilezas Urbanas

O “S” do ESG abrange um leque amplo, desde as relações de trabalho e diversidade até o impacto das empresas nas comunidades onde atuam. O Programa Gentilezas Urbanas, em sua essência, se concentra na qualidade de vida dessas comunidades, promovendo o bem-estar, a inclusão e um sentimento de pertencimento. A transformação de espaços ociosos em parklets, por exemplo, não só adiciona áreas verdes importantes ao ambiente urbano – entrando aqui no “E” Ambiental –, mas também cria pontos de encontro e convívio, fortalecendo os laços sociais.

Programa Construindo uma Segunda Chance

O programa “Construindo uma Segunda Chance”, também de iniciativa do Secovi com parceria do Ampliar e do AfroReggae, que ofereceu capacitação profissional e oportunidades para egressos do sistema prisional, é outro exemplo forte da ligação com o “S” do ESG e, indiretamente, com o “G” de Governança ao incentivar a reintegração social e reduzir a reincidência. 

Programa Adote um Viaduto

Da mesma forma, a iniciativa “Adote um Viaduto”, que transformou estruturas antes degradadas em galerias de arte a céu aberto, embelezando a cidade e estimulando a cultura, e com isso, melhorando o senso de pertencimento.

É importante notar que uma cidade mais acolhedora tende a ser mais engajada em práticas sustentáveis e a valorizar espaços públicos bem cuidados (o que reflete no “E”). Além disso, a colaboração do Secovi-SP com diversas entidades, como ONGs e o poder público, na idealização e execução dos projetos demonstra uma abordagem de governança transparente e participativa.

Como as gentilezas urbanas fazem a diferença

O legado do Programa Gentilezas Urbanas do Secovi-SP é uma prova do impacto positivo de iniciativas que colocam as pessoas no centro das atenções. Ao longo dos anos, ele não só inspirou atos isolados, como o Big Vizinhança da MBigucci, mas também semeou uma mentalidade mais colaborativa e um olhar mais cuidadoso para as necessidades da vida urbana.

Para o futuro, o desafio é expandir e aprofundar essa visão.

Como o setor imobiliário pode continuar integrando as “gentilezas” em seus projetos e operações? Como podemos incentivar ainda mais a participação dos cidadãos e a colaboração entre diferentes setores para construir cidades verdadeiramente mais gentis e sustentáveis, alinhadas com os princípios ESG?

A resposta pode estar em reconhecer que as gentilezas urbanas, no sentido literal do nome,  não são um mero complemento, mas sim um componente essencial de um futuro urbano mais resiliente e humano. É o famoso ‘GENTILEZA GERA GENTILEZA’. 

Conclusão

Ao valorizar tanto os pequenos gestos quanto as grandes iniciativas que promovem o bem-estar social, estamos, na verdade, fortalecendo as bases de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável, no qual a qualidade de vida nas cidades e os princípios ESG caminham juntos. 

Que o exemplo do Secovi-SP continue a inspirar novas ondas de gentileza em nossas cidades.

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