Por conta dos últimos acontecidos, com relação a pandemia do Covid-19, muitas pessoas estão reavaliando como querem conduzir suas vidas e aparentemente, estes novos comportamentos vão transcender este momento. Um dos maiores indicadores desta nova tendência, para nós do mercado imobiliário, vem sendo a mudança nas buscas de imóveis, feitas pelos possíveis compradores nos centros urbanos.
Sempre recebemos um número muito grande de pessoas buscando imóveis para veraneio (na verdade minhas atividades juntos aos imóveis, nasceu justamente desta demanda e depois ampliou sua atuação para moradia e investimentos), mas os imóveis que eram buscados, na grande maioria das vezes, eram em cidades turísticas, como Veneza, Orlando, Nova Iorque ou Lisboa, onde o agito e consequentemente a densidade demográfica é alta.
No início da pandemia sentimos bastante a diminuição na busca deste tipo de imóvel, conforme falei em meu artigo do mês passado (março 2020).
É possível que durante o mês de abril, o mercado se reaqueça, mas de forma bem diferente. Créditos: Divulgação.
Logo após a baixa, apareceram os investidores, já em busca de oportunidades; descontos de grandes percentuais sempre encantam quem busca valorização e rentabilidade, mas isso, também com já falei, era esperado; contudo, juntamente com este movimento, começaram a surgir novos compradores, de um perfil, que sinceramente nunca representaram grande volume dentro de nossa atuação, são eles, pessoas que buscam imóveis fora dos grande centros, aqueles que nunca olhamos por conta da baixa liquidez, as tais casas de praia, sítios ou casas em condomínios no interior.
A busca por imóveis em condomínios de alto padrão no interior de São Paulo vem liderando entre nossos clientes, Fazenda Boa Vista, Quinta da Baroneza, condomínios na região de Vinhedo e em Piracaia, são os mais buscados, seguidos das casas na praia, onde as localizações preferidas tem sido na Riviera de São Lourenço, praia da Baleia e de Tabatinga.
Uma característica muito interessante destas buscas, que vai na contramão, é que a maioria são por casas e não apartamentos, o que seria o mais normal.
Acreditamos que este movimento se dá por conta das pessoas terem percebido o real valor de estar ao ar livre, de ter espaço, ou ainda de estarem mais próximas da natureza.
Os últimos anos aceleraram o ritmo de todos, a internet derrubou os muros da vida profissional e pessoal, o trânsito fez com que as pessoas ficassem ainda mais agrupadas, querendo viver próximas de seus trabalhos, e cada vez mais, os apartamentos tiraram o espaço que era das casas. A escassez de território fez com que os preços de metro quadrado aumentassem e por consequência o tamanho médio dos imóveis diminuísse.
Créditos: Divulgação.
Foi preciso a chegada de um vírus para que todos voltassem a perceber que a vida em um imóvel, vai muito além de ter um lugar para dormir próximo ao trabalho; a necessidade de distanciamento por conta do contagio, mostrou que o espaço, liberdade, natureza e ar puro além de serem encantadores, também trazem conforto para saúde física e mental, assim proporcionando que tenham momentos de maior prazer, estando sozinhos ou ainda na companhia de suas famílias.
Logo, quem pode, tem sim, buscado alternativas para estarem um pouco mais distantes dos centros urbanos, desfrutando de maiores espaços e menos concentração de pessoas.
Talvez este movimento faça que sejam repensados os planos desenvolvimento das cidades, descentralizando as operações comerciais e permitindo que as pessoas vivam e trabalhem em lugares melhores e com mais qualidade de vida, mas em última instância, caso isso não aconteça, este movimento terá trazido o devido valor aos charmosos sítios, casas de praia e de condomínios, fazendo com que elas deixem de ser os patinhos feios para quem pensa apenas em números e voltem a ser bons investimentos para o bolso, corpo e a mente.