Comecei a trabalhar com imóveis vendendo “second home” fora do Brasil e bem no início descobri que algumas pessoas usariam aquele imóvel nas férias e alugariam quando não estivessem usando.
Naquela época, estava nascendo este modelo de locação por temporada, de forma profissionalizada, e a maioria das pessoas compravam seus imóveis para férias e depois que descobriam que poderiam ou não alugar por temporada.
Num primeiro momento a locação por temporada, apareceu como uma excelente alternativa para que o proprietário diminuísse ou realmente liquidasse os custos do imóvel, o que fez com que o apartamento em Miami, a casa de Orlando ou mesmo aquela casa de campo no interior de algum lugar, deixasse de ser um problema de custos e começasse a revalorizar estes imóveis de uso esporádico.
Com o passar do tempo, a lei mais básica do capitalismo, oferta e demanda, começou a atualizar o valor das locações que inicialmente era “baratas” nos destinos onde havia déficit de quartos de hotéis, e assim assistimos o nascer da locação por temporada, como um negócio atrativo.
Compradores de imóveis de férias, passaram e unir dois interesses, o uso esporádico, com a rentabilidade de um ativo, e este se tornava o melhor dos mundos, quase, como se, comprando ações da Apple, o investidor passasse a ganhar um no iPhone por ano; todos se animaram, e os imóveis de locação por temporada também começavam a nascer nos portfólios de investimento atraindo os olhares do mercado e de gestores.
Em um primeiro momento tudo isso acontecia exclusivamente para os mais abastados, pois a falta de mão de obra na gestão dos imóveis, trazia alguma insegurança, a manutenção, os “Check-in e Check-out” a barreira geográfica e linguística, faziam com que, mesmo atraindo os olhares de todos, apenas os frequentadores habituais dos destinos, concretizassem os investimentos.
Assim foram os primeiros passos, neste mercado, que começava a se profissionalizar, empresas de gestão nasciam para entregar soluções aos proprietários, sistemas de controle de ocupação eram lançados por fornecedores de tecnologia, a indústria de inteligência para residências lançava entre outras soluções, fechaduras que abrem e fecham por celular ou por códigos ou ainda por períodos determinados, enquanto a legislação, também regulamentava a locação por temporada como negócio.
Hoje em dia, com tudo muito mais organizado, temos visto um crescimento gigantesco na busca por este tipo de imóveis, a “democratização” deste tipo de aquisição também já é uma realidade, o que era acessível apenas para uma mínima fatia de compradores, hoje faz parte dos investimentos de muito mais gente.
Os investidores profissionais também tem se organizado, bancos e até a geração “startup” como Adam Neumann, fundador da WeWork, que está investindo 1 bilhão de dólares na compra de 4 mil apartamentos com esta finalidade, estão a todo vapor na estruturação de novas grandes companhias, já com atuações multinacionais.
A característica que mais encanta neste tipo de investimento imobiliário, é a diversidade, temos imóveis de todos os tipos, preços e endereços, vemos pessoas comprando imóveis para alugar quartos de hospedes em pequenas cidades interioranas por não muito mais que dezenas de “dinheiros”, da mesma forma, casas em condomínios exclusivos por verdadeiras fortunas, ou ainda nos Hamptons por mais de uma centena de milhares de dólares por mês.
A pandemia do COVID, também trouxe muito impacto para este cenário, o “anywhere office “traz a possibilidade das pessoas trabalharem de onde quiserem e fez com que novas habitações aparecessem disponíveis de forma exponencial; construtoras tem desenvolvidos empreendimentos, projetos e sistemas de gestão, exclusivos para locação por temporada, seja para diversão ou moradia de curto prazo.
Nós que nascemos vendendo “second home”, hoje em dia , temos quase 60% de nossas vendas, em imóveis que terão este uso misto, o que chamamos de investimento com diversão; recebemos diariamente consultas de interessados neste tipo de investimento, mostrando que cada vez mais as pessoas querem explorar locais independente de ter ou não hotéis, podendo customizar suas estadias da forma que melhor lhes couber, o que também atrai cada vez mais compradores, fazendo com que o mercado de imóveis de locação por temporada amadureça e se transforme na bola da vez!
Seja você, construtor, comprador, fornecedor, interessado por imóveis ou alguém que caiu aqui de paraquedas, possivelmente este assunto vai fazer parte da sua vida!
Leandro Castaño Martorani
Fundador da Castaño Martorani International Realty,
Especializado em negociação imobiliária e imóveis internacionais.