Sem dúvida alguma o aumento dos preços dos insumos tirou o sono do setor em proporção igual ou até maior do que a própria pandemia com planejamento. Aumentos sucessivos e muito acima dos índices de correção dos contratos geram uma grande incerteza para os resultados e a viabilidade dos futuros empreendimentos, afinal estimamos o custo de um empreendimento anos antes da efetiva compra e instalação daqueles insumos.
Não é a primeira vez que o setor atravessa uma crise assim, talvez nunca na proporção e no curto espaço de tempo como agora, mas já enfrentamos esse tipo de situação outras vezes e aí vem o maior problema:
Porque estamos passando por isso mais uma vez e o pior, sofrendo da mesma maneira?
A resposta é um tanto quanto óbvia, evoluímos muito pouco no planejamento como um todo do nosso ciclo construtivo, ainda iniciamos obras sem projetos executivos completos, orçamentos carregados de índices, pouca ou quase nenhuma previsibilidade e inteligência para aquisição de insumos afim de driblar ou mitigar riscos de aumentos repentinos.
Precisamos urgentemente buscar a melhoria da nossa governança com relação à cadeia de suprimentos, buscar a previsibilidade de demanda, melhorar o detalhamento de nossos orçamentos, buscar o máximo de padronização de insumos entre os projetos e definitivamente uma relação com a indústria que não seja apenas de compra e venda, e sim de construção de soluções.
É fundamental olharmos para demais setores de atuação, como o agronegócio, que tal qual a construção também tem grande parte dos seus insumos sendo commodities e consegue mitigar em grande parte esses aumentos que consumiam o resultado.
Estamos a pouco mais de um ano de eleições, 2022 será um ano carregado de especulação política que terá reflexo direto na cotação do dólar novamente e a consequência nós já conhecemos.
O que vamos fazer de diferente?